Supermercados em MG têm dificuldade de encontrar mão de obra

O setor supermercadista em Minas vive um apagão de mão de obra, segundo o presidente executivo da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Antônio Claret Nametala. Neste ano, o segmento deve contratar 7.350 pessoas. Até agosto, 43 novas unidades foram inauguradas no Estado, gerando 3,2 mil vagas. Os números foram divulgados durante coletiva na Superminas Food Show 2023, que começou ontem no Expominas, em Belo Horizonte.
A previsão é que 70 novas lojas passem a atuar no território mineiro em 2023, total que deve ser superado na avaliação do dirigente. A atividade em Minas emprega atualmente cerca de 400 mil pessoas.
Em 2022, o setor inaugurou 89 lojas. Entre os tipos de negócio que se destacam neste ano estão as lojas de vizinhança e os atacarejos. “O hipermercado não é a opção do momento no nosso mercado, que é muito dinâmico”, observa o dirigente.
Ele diz que é necessário investigar os motivos da dificuldade para encontrar profissionais para o setor que oferece treinamento e conta com a parceria de outras entidades, como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) e o Sebrae Minas.
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Nametala ressalta que para atender a demanda típica de fim de ano os empresários do setor em Minas pretendem abrir vagas temporárias, num total 7,4 mil, número superior ao registrado em igual período de 2022 (5,1 mil). As principais funções são de atendimento, embaladores, repositores, operadores de caixa e para áreas de açougue e padaria.
Segundo previsão da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), Minas Gerais deve acompanhar o aumento das vagas de empregos temporários do Brasil no decorrer do quarto trimestre deste ano. Ao todo, o Brasil deve criar cerca de 470 mil vagas no período, crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fim de ano
A Amis divulgou ontem as projeções para o fim do ano. De acordo com a entidade, a demanda dos consumidores nos supermercados em Minas deve crescer 6,7% em dezembro de 2023 na comparação com o mesmo mês do ano passado, considerando todo o mix da loja. O dado faz parte do levantamento feito pela Amis.
O objetivo da pesquisa foi conhecer as tendências e as expectativas de consumo no final de ano, em especial, no Natal. De acordo com a entidade, a maior parte desse consumo deve acontecer na semana que antecede o Natal, data considerada a melhor do ano para o varejo.
De acordo com a Amis, as projeções para o período estão próximas do que apontou a mesma pesquisa no ano passado, com alta de 8,5%, mas com um diferencial relevante, que foi a Copa do Mundo de Futebol, no Catar, realizada no final de 2022 e que contribuiu para elevar ainda mais as expectativas de demanda no setor.
Por categorias de produtos, o consumo deverá ser 7,2% maior em cervejas diversas e 5,61% em carnes diversas (exceto aves). Já para os panetones, a expectativa é de alta de 5,43%, e vinhos, de 6,4%. “Entre as aves, o consumo de peru voltou a crescer, com expectativa de alta de 2,5%”, observa o presidente executivo da entidade.
No que se refere aos preços, a maioria dos supermercadistas que respondeu o levantamento afirmou que, de forma geral, os preços deverão estar abaixo do que foi praticado no ano passado, já que as projeções de inflação são de índices menores.
Em 12 meses, até setembro, está em 5,19%. Em 2022, estava em 7,17%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa da Amis foi realizada entre os dias 29 de setembro a 11 de outubro, junto às empresas nas diversas regiões do Estado.
Os últimos dados da entidade mostram que a demanda do setor em Minas cresceu 2,51% no período de janeiro a agosto deste ano frente ao mesmo intervalo de 2022. Em agosto, ante igual mês do exercício passado, a alta foi de 5,04%.
Superminas começa com expectativa de recorde
A segunda maior feira do segmento supermercadista do País, a Superminas Food Show 2023 vai até amanhã (19) , na Capital, e tem previsão de superar os recordes da edição passada. Foram R$ 2,37 bilhões em negócios em 2022. “É a maior de todos os tempos, em todos os sentidos”, destaca o presidente executivo da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Antônio Claret Nametala.
Ele ressaltou que o evento ocupou 100% do espaço disponível no local. “Crescer, só se tiver mais um pavilhão”, disse. São 36 mil metros quadrados na 35ª edição do Congresso e Feira Supermercadista e da Panificação, superior aos 30 mil metros quadrados da edição passada.
A Superminas conta com a participação de 580 empresas, superando o número de 2022, quando chegou a 547. A perspectiva é que o público deva superar os 58.656 durante os três dias de evento.
A novidade deste ano é o Espaço Minas 360°, que ocupa uma área de 4.090 metros quadrados e é destinado à exposição e valorização das indústrias genuinamente mineiras.

Medicamentos
Durante a abertura oficial do evento, o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, destacou a intenção de que os supermercados possam vender medicamentos que não necessitem de prescrição médica.
Ele disse que conta com o apoio do presidente Lula ao projeto de lei que autoriza os supermercados a venderem esse tipo de medicamento, o que segundo o dirigente facilitaria a vida de consumidores, em especial, os que vivem em localidades sem farmácias.
Outro ponto positivo é a geração de emprego paras os farmacêuticos nos supermercados. Galassi argumenta que há drogarias que vendem mais do que remédios em suas unidades, inclusive itens de supermercados.
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