Supernosso estuda abrir unidades fora de Minas Gerais

O Grupo Supernosso deve decidir em breve os destinos para a expansão da marca, incluindo o interior de Minas Gerais e outros estados. Com investimentos previstos de R$ 100 milhões para o próximo ano, a rede de supermercados tem feito pesquisas e avalia aberturas em cidades-polo do Estado ou em outras capitais da região Sudeste.

Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, o CEO do grupo, Euler Nejm revela que Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, estão entre as cidades mineiras que poderão ser contempladas. Segundo ele, além do potencial de desenvolvimento econômico, a rede analisa locais que concentram o maior público-alvo da marca, as classes A e B, com considerável poder aquisitivo.

O desejo de ampliar as cidades atendidas vai de encontro aos bons resultados da rede, que projeta aumentar as aberturas de três para cinco unidades anuais como parte do planejamento estratégico para o próximo ano. “2024 está sendo um ano de retomada e agora nos preparamos para uma expansão mais arrojada, a partir do ano que vem”, destaca Nejm.

Além de novas unidades, o Grupo Supernosso também pretende dobrar em dois anos a venda das distribuidoras Decminas e Decbahia. Atualmente, a empresa de distribuição e logística do grupo atua em 417 municípios no Estado e vem sendo requisitada a ampliar distribuições, dada a carência de pequenos comércios onde a indústria não consegue abastecer.

Como parte dessa estratégia, a empresa inaugura no próximo mês, um novo centro de distribuição (CD) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Sob investimentos de R$ 12 milhões, o espaço conta com 22 mil metros quadrados equipados com 108 docas e mais de 39 mil posições paletes capazes de abastecer pequenos, médios e grandes negócios varejistas no Estado.

“Com a abertura, estamos dobrando nossa capacidade de armazenagem, que hoje atende 20 mil clientes por mês em Minas Gerais e 10 mil na Bahia”, declara o CEO.

Mão de obra qualificada e operacional é desafio

Um dos principais desafios mencionados por Euler Nejm é a falta de mão de obra, incluindo operacional. Conforme ele, a escassez tem dificultado novas contratações nas 60 lojas físicas em Belo Horizonte e na região metropolitana, sendo 37 unidades Supernosso e 23 atacarejos Apoio Mineiro.

Considerando todas as unidades, o grupo hoje gera 8 mil empregos diretos e pretende chegar a 10 mil no próximo ano. “O supermercadista precisa de mão de obra. Hoje temos mais de 400 vagas em aberto, em razão das dificuldades nas contratações”, pontua Nejm.

Além da mão de obra, o executivo cita que o custo de capital do Grupo Supernosso mais do que triplicou nos últimos anos em Minas Gerais, o que leva a uma demora maior no retorno do investimento. Para atenuar os efeitos do custo e se adequar às necessidades da atualidade, o grupo desenvolve um departamento de ESG, por meio do qual será trabalhado temas como governança e meio ambiente.

Entre as implementações destacadas pelo executivo está o uso de um gás menos poluente que abastece câmaras frigoríficas, o rastreamento de carnes e hortifrúti, além do foco em produtos orgânicos. “É algo que o consumidor tem valorizado e que gera valor para a marca“, ressalta.

Em tecnologia, a empresa segue apostando na diversificação de serviços aliado às novidades do ambiente digital. Além do e-commerce, que hoje representa 10% do faturamento da marca, a rede vem investindo em mercados autônomos com a marca Be Honest, além de melhorias em infraestrutura, como os selfie-checkout, que reduzem filas e dispensam a necessidade de operadores.

“O investimento em tecnologia está no nosso DNA. Temos viés de inovação em todos os nossos segmentos”, resume.