Economia

Sustentabilidade guia novo ciclo da Samarco

Companhia busca reconstruir confiança após Fundão com diálogo social e metas ambientais

A Samarco acaba de completar 48 anos e, mais do que relembrar sua trajetória, a empresa busca se reposicionar como uma mineradora comprometida com a inovação, com a responsabilidade, com a sustentabilidade, a partir dos aprendizados após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (região Central do Estado), e dos compromissos com reparação e diálogo contínuo com a sociedade.

Para falar sobre esse caminho e as perspectivas para o futuro, o podcast do Diário do Comércio recebeu a diretora de Sustentabilidade na companhia, Rosane Santos.

Segundo Rosane, a Samarco nasceu pioneira, ao investir no beneficiamento de minérios de baixo teor e no transporte por mineroduto, mas reconheceu o rompimento de Fundão como marco doloroso que divide a história da companhia em “antes e depois”. A retomada operacional ocorreu apenas após a implantação da tecnologia de filtragem, que permite o empilhamento a seco dos rejeitos. Hoje a mineradora opera a 60% da capacidade produtiva instalada e planeja chegar a 100% em 2028.

Ela reforçou que a reconstrução da confiança passa pela presença efetiva nas comunidades e no diálogo constante com o poder público. E que a criação da Diretoria de Sustentabilidade e a presença de equipes de diálogo e responsabilidade social em Mariana, Ouro Preto e outras localidades onde a Samarco atua refletem essa estratégia. “Inclusive, a Samarco instituiu a destinação anual de parte do faturamento para investimentos sociais e institucionais, cerca de R$ 22 milhões, com foco em demandas urgentes e projetos estruturantes”, citou.

Na frente econômica, programas como o Força Local buscam fortalecer fornecedores regionais, elevar padrões de governança e ampliar a contratação local, hoje em torno de 70% da mão de obra. Esse movimento gera empregos, impulsiona atividades de comércio e serviços e contribui para reduzir o êxodo urbano.

No campo ambiental, a empresa tem compromisso com metas de descarbonização: reduzir 30% das emissões até 2032 e atingir a neutralidade em 2050. Entre as iniciativas estão a substituição parcial do calcário pelo estéril de mármore na produção de pelotas (economia circular) e o uso de bio-óleo como alternativa renovável ao gás natural.

Para a executiva, o futuro da Samarco depende da combinação de inovação, sustentabilidade, viabilidade econômica e reparação, bases que asseguram legitimidade e perenidade ao negócio.

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