Tanqueiros ameaçam paralisação em 15 dias

Os governos estadual e federal, além da Petrobras, têm 15 dias para apresentar soluções para os altos custos dos combustíveis no Brasil. Caso isso não aconteça, os transportadores de combustíveis e derivados vão parar. Esta foi a decisão da Assembleia Extraordinária realizada ontem, pelo Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG).
Segundo o presidente do sindicato, Irani Gomes, este é o prazo que o governo tem para se manifestar quanto “ao caos que as empresas vêm vivendo com a alta dos combustíveis”. Caso não tenham um aceno positivo em torno da redução do preço do óleo diesel, disse Gomes, as transportadoras, em caráter nacional, irão “cruzar os braços” por tempo indeterminado.
A assembleia foi convocada em caráter emergencial, diante da disparada nos preços dos combustíveis, principalmente do diesel – que representa cerca de 70% dos custos do frete – e tem inviabilizado o transporte rodoviário de combustíveis e de derivados de petróleo. O diesel teve alta de 47 % em 2022 – o último reajuste, em maio, foi de 8,8% – e a categoria reclama medidas concretas e eficazes dos governantes e da Petrobras no enfrentamento da situação.
No último dia 13 de maio, os tanqueiros mineiros, juntamente com entidades representativas da categoria em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Espírito Santo, decidiram conceder 30 dias de prazo para que os governos federal e estaduais e a Petrobras apresentem propostas para a redução dos preços dos combustíveis.
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A diretoria do Sindtanque-MG chegou a ser recebida em 17 de maio pelo secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, e pela secretária-adjunta de Planejamento, Luisa Barreto, entre outros representantes do governo estadual, mas nenhuma proposta foi apresentada ao setor.
“As medidas adotadas até agora pelos governos federal e estadual e pelo Congresso Nacional não resolvem o problema, apenas tapam o sol com a peneira. A solução da questão passa pela extinção da Paridade de Preço de Importação (PPI), adotada pela Petrobras, em 2016, no governo de Michel Temer. É preciso voltar ao que era antes de 2016, pois o mercado brasileiro não tem capacidade de suportar a precificação baseada na cotação internacional”, afirmou Irani.
“Além disso, o governo federal, que é dono de cerca de 30% da Petrobras, precisa decretar calamidade econômica no setor de combustíveis, devido aos altos custos do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional. E, diante disso, transformar sua parte na Petrobras em um fundo para achatar a curva do aumento dos combustíveis”, propôs o dirigente sindical.
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