Tarifa dos EUA obriga a mineração a buscar novos mercados

Caso se confirme, a tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre o Brasil afetará significativamente o setor mineral, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Em comunicado, a entidade diz que “a medida obriga o País a buscar novos parceiros comerciais, abandonando uma parceria histórica, que beneficia ambos os lados”.
Segundo o Ibram, os Estados Unidos respondem por 4% das compras de minérios do Brasil e se situam como o 12º maior importador em tonelagem. Conforme o instituto, os norte-americanos importaram 4,9% de todo o ouro exportado pelo País em 2024, 31,4% das pedras naturais e rochas ornamentais, 0,7% do ferro, 18,3% do caulim e 7,1% do nióbio – vale dizer que a produção deste último está concentrada em Minas Gerais, em Araxá (Alto Paranaíba).
A entidade também afirma que tem mantido consulta junto às mineradoras para avaliar os possíveis impactos do “tarifaço”, desde que os Estados Unidos comunicaram a medida ao governo brasileiro. E que a conclusão a que se chegou é de que a imposição tarifária unilateral, “sem embasamento técnico ou econômico convincente, fere o ambiente de negociação que tem se perpetuado no comércio internacional de minérios”.
Ainda conforme o Ibram, a nova tarifa torna “passível de reavaliação para baixo” os investimentos anunciados pela mineração para o Brasil, de US$ 68,4 bilhões até 2029 – a maior parte (US$ 16,5 bilhões) direcionada ao território mineiro. O instituto ressalta que, a pressão de custos externa, via taxação, soma-se ao fato de que, internamente, o País já cobra os mais altos tributos sobre o setor e que segue criando taxas e propondo impostos.
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