Empresas em Minas afetadas por tarifaço terão condições especiais para renegociar dívidas com a Cemig
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) lançou uma ação para apoiar empresas e produtores mineiros afetados pelo aumento das tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos em agosto deste ano. Ao todo, mais de 11 mil clientes que atuam nos 15 setores mais impactados terão condições especiais para renegociar débitos nas contas de energia.
Entre as medidas oferecidas aos inadimplentes estão o parcelamento facilitado, a isenção da multa de 2% e dos juros moratórios de 1% ao mês. Os clientes com débitos até 16 de maio devem procurar uma agência da companhia ou entrar em contato com seu agente de relacionamento para solicitar o parcelamento.
De acordo com a Cemig, as contas em atraso poderão ser parceladas em até 12 vezes, sem entrada, com juros reduzidos de 0,5% ao mês nas faturas de energia, ou até sem juros para pagamentos via cartão de crédito.
O objetivo é aliviar o caixa das empresas impactadas e contribuir para a manutenção da atividade econômica e dos empregos no Estado. O programa permanecerá em vigor enquanto durar o decreto norte-americano ou até nova decisão da companhia.
O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, ressalta que a ação busca amparar os empresários que tiveram prejuízos com a decisão dos EUA, preservando a capacidade produtiva de Minas e estimulando a retomada do crescimento. Segundo ele, a companhia tem o compromisso de estar ao lado dos mineiros em momentos desafiadores.
“Nosso foco é o cliente, e queremos contribuir para que o setor produtivo supere os impactos desse cenário externo e inesperado. Estamos reafirmando o papel da Cemig como indutora do desenvolvimento de Minas Gerais”, afirma.
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As solicitações dos representantes das empresas impactadas pelo aumento nas tarifas serão analisadas pelo setor responsável e, caso o cliente se encaixe nos pré-requisitos, o benefício será concedido. Veja a seguir os 15 setores que serão beneficiados pela ação da Cemig.
- Água, esgoto e gestão de resíduos;
- Café;
- Extração de minerais metálicos não-ferrosos;
- Fabricação de biocombustíveis;
- Fabricação de calçados e artefatos de couro;
- Fabricação de defensivos, desinfetantes, tintas e químicos diversos;
- Fabricação de máquinas e equipamentos elétricos;
- Fabricação de máquinas e equipamentos mecânicos;
- Fabricação de peças e acessórios para veículos;
- Fabricação de produtos de madeira;
- Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos;
- Fabricação de produtos de minerais não-metálicos;
- Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos;
- Pecuária;
- Siderurgia e tubos de aço sem costura.
Impacto do tarifaço
Minas responde por 11,4% das exportações do Brasil para os Estados Unidos, movimentando US$ 4,6 bilhões em 2024. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que a siderurgia mineira deve ter retração superior a 8% em razão das novas tarifas, com efeitos de médio e longo prazos também sobre a pecuária, a indústria de transformação e o setor madeireiro.
O levantamento técnico da Cemig identificou cerca de 11 mil clientes potencialmente afetados pelo tarifaço, incluindo produtores rurais e empresas industriais. Entre os setores que mais acumularam débitos desde a imposição das tarifas estão a pecuária e o café, dois pilares fundamentais da economia mineira e fortemente expostos às exportações para os EUA.
O vice-presidente de distribuição da Cemig, Marney Antunes, destaca a importância dessa iniciativa. “Essa possibilidade de negociação representa um gesto concreto da Cemig de foco no cliente e de solidariedade com o setor produtivo mineiro, reafirmando os princípios estratégicos da empresa”, afirma.
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