Taxa de desemprego em Minas Gerais chega a 12,9%

A força de trabalho em Minas Gerais chegou a 10,3 milhões de pessoas no segundo trimestre deste ano, o que representou uma variação negativa de 802 mil pessoas em relação aos primeiros três meses de 2020, quando a pandemia de Covid-19 mal tinha chegada ao País.
Deste total, 9 milhões foram classificadas como ocupadas e 1,3 milhão como desocupadas. A taxa de desemprego no Estado atingiu 12,9% no período. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme o levantamento, em relação ao trimestre anterior, o número de ocupados caiu 8,7%, representando 858 mil pessoas a menos nessa condição, enquanto o total de desocupados não apresentou variação estatisticamente significativa.
Já sobre igual época de 2019, o total de pessoas ocupadas apresentou queda de 11,7% ou menos 1,2 milhão de pessoas e o número de desocupados aumentou 24,3% (262 mil pessoas a mais). No País, o total de ocupados caiu 10,7%, enquanto o número de desocupados ficou estável.
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Assim, a taxa de desocupação do Estado encerrou o segundo trimestre de 2020 em 12,9%. O índice apresentou acréscimo de 1,4 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre do ano, quando a taxa foi de 11,5%. Já na comparação com o segundo trimestre de 2019, a taxa de desocupação no Estado cresceu 3,4 pontos percentuais.
De acordo com o economista do IBGE Minas, Gustavo Fontes, o que mais chamou atenção no comportamento do mercado de trabalho no decorrer do segundo trimestre deste exercício, em Minas Gerais, foi, justamente, a queda da população ocupada.
“Ao todo, foram menos 858 mil pessoas a menos de um trimestre para outro. Porém, essas pessoas não necessariamente viraram desocupadas, muitas, simplesmente, deixaram a força de trabalho, já que a taxa de desocupação não teve aumento proporcional”, explicou.
Em termos de setores, a Pnad revelou que, em Minas Gerais, em relação ao trimestre anterior, foram estimadas variações negativas do número de pessoas ocupadas em todas as posições, exceto os empregados do setor público e os trabalhadores familiares auxiliares, que ficaram estáveis.
O total de empregados do setor privado sem carteira assinada caiu 13,6% e o contingente de empregados do setor privado com carteira reduziu 7%. Também houve queda do total de trabalhadores domésticos (-19,6%), trabalhadores por conta própria (-13%) e empregadores (-12,3%).
“Em relação ao primeiro trimestre, não houve queda da população ocupada no setor público, mas as demais áreas observaram retrações importantes. Sobretudo nos empregados sem carteira assinada e trabalhadores domésticos. Ou seja, fatias da população que trabalham por conta própria, a maioria na informalidade. São pessoas que não tinham a proteção do emprego formal e foram atingidas, certamente, pelos impactos econômicos da pandemia”, acrescentou.
Na comparação com o segundo trimestre de 2019, houve aumento apenas do total de empregados do setor público.
Atividades – Além disso, analisando o número de pessoas ocupadas por grupamentos de atividade econômica, em relação aos primeiros três meses deste exercício, as maiores reduções, em termos absolutos, ocorreram em comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 188 mil pessoas ocupadas), indústria geral (menos 174 mil), serviços domésticos (menos 144 mil) e alojamentos e alimentação (menos 132 mil).
Em relação ao segundo trimestre de 2019, houve aumento apenas no total de ocupados da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais. Os grupos de serviços de transporte, armazenagem e correio e dos serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas apresentaram estabilidade.
Os demais apresentaram queda, com as maiores retrações observadas no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (menos 349 mil pessoas), serviços domésticos (menos 191 mil) e construção (menos 153 mil).
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