Economia

Taxa de desemprego cresce e fica em 5,7% em Minas Gerais no 1º trimestre

Taxa de desemprego cresce e fica em 5,7% em Minas Gerais no 1º trimestre
Foto: Reprodução Adobe Stock

A taxa de desocupação em Minas Gerais ficou em 5,7% no primeiro trimestre de 2025, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa aumento de 1,4 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, período em que a taxa de desemprego foi estimada em 4,3%.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando a taxa ficou em 6,3%, a taxa não apresentou variação estatisticamente significativa, reduzindo 0,6%.

Belo Horizonte, também registrou aumento da taxa de desemprego, ficando em 6,1% nos três primeiros meses de 2025, elevação de 1,5 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre anterior, período em que a taxa foi estimada em 4,6%. Na Capital, a taxa também não apresentou variação estatística significativa na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, quando ficou em 7,2%. 

Já no Brasil, a taxa de desocupação foi de 7%, apresentando aumento de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, período em que foi estimada em 6,2%, e queda de 0,9 ponto percentual (p.p.) frente ao primeiro trimestre de 2024. 

Com esses resultados, o coordenador da pesquisa do IBGE em Minas Gerais, Humberto Sette, ressalta que a taxa de desocupação no Estado permanece abaixo da nacional. “Minas é um espelho do Brasil e esse dado mais positivo vem desde sempre. O índice sobe no Brasil, sobe por aqui também”, pontua.

O economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Bruno Inácio, avalia que a alta da desocupação no início do ano é normal e esperada. Segundo ele, muitas empresas que contratam temporariamente no final do ano, encerram os contratos no primeiro trimestre.

No entanto, Inácio destaca que o que mais chama a atenção no trimestre é a alta ter sido menor que a média de crescimento para o período em Minas, com o menor acréscimo para um primeiro trimestre na história. “Isso revela que apesar da taxa de desemprego ter subido um pouco, o mercado de trabalho continua muito forte e muito aquecido”, explica.

Apesar do cenário aquecido, de acordo com o economista do BDMG, as taxas de desemprego devem continuar subindo. Isso porque a expectativa é que a economia desacelere este ano em função das incertezas econômicas mundiais e das altas taxas de juros praticadas no Brasil. “É natural e esperado que a taxa de desocupação deva ficar um pouco mais alta do que foi o ano passado”.

Bruno Inácio não acredita portanto que haverá demissões. Para ele, o impacto é uma maior pressão para que não haja abertura de vagas, uma vez que o custo do emprego está alto. “A indústria e a construção civil sentem muito este fator e estão entre as atividades que mais empregam. As taxas elevadas por muito tempo, salários altos, devem impactar as contratações”, diz.

Nesse sentido, o professor mestre em administração e contador da Newton Paiva Wyden, Franz Pettruceli, analisa que as empresas devem adiar possíveis expansões e investimentos. “As empresas ficam desestimuladas a fazer este tipo de operação financeira num cenário de incertezas. Porém algumas, aquelas que o empresário possui capacidade técnica e capital giro, ainda aproveitam o momento para negociar em grande quantidade e comprar a preços melhores”.

A especialista em Recursos Humanos e vice-presidente da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), Eliane Ramos, ainda lembra a influência de um novo perfil do trabalhador, sobretudo os jovens, no comportamento do mercado de trabalho.

“A juventude atual, busca uma flexibilidade maior de horários, busca propósitos e crescimento profissional contínuo. Às vezes, demorando mais para encontrar o emprego ideal. Em busca de qualidade de vida e um ambiente de trabalho agradável, muitos acabam empreendendo ao mesmo tempo que procuram uma oportunidade, tentando encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, explica.

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