Economia

Taxa de inadimplência do aluguel em Minas Gerais é a mais elevada dos últimos 21 meses

O resultado apresentado pelo Estado em julho supera a média nacional (3,73%) e a taxa registrada na região Sudeste (3,51%)
Taxa de inadimplência do aluguel em Minas Gerais é a mais elevada dos últimos 21 meses
Metodologia do índice considera inadimplentes aqueles que possuem boletos que estão há mais de 60 dias sem pagamento | Foto: Diário do Comércio/Arquivo/Alisson J. Silva

A taxa de inadimplência de aluguel em Minas Gerais subiu 0,88 ponto percentual (p.p.), de 3,57%, em junho, para 4,45% em julho. O dado é do Índice de Inadimplência Locatícia do Grupo Superlógica, e é o maior valor dos últimos 21 meses. O resultado de Minas está acima tanto da média da região Sudeste do Brasil (3,51%) quanto da média nacional (3,76%).

De acordo com o diretor de Negócios para imobiliárias do Grupo Superlógica, Manoel Gonçalves, essa alta recorde na inadimplência de aluguel em Minas Gerais indica que as famílias mineiras continuam enfrentando dificuldades para equilibrar o orçamento.

“O aumento no atraso dos pagamentos reflete a pressão econômica que impacta diretamente a capacidade de manter compromissos financeiros, como o aluguel”, esclarece.

O especialista destaca a importância de as pessoas monitorarem as projeções para inflação e juros. Isso porque qualquer elevação pode agravar ainda mais essa situação e aumentar o endividamento familiar nos próximos meses.

O indicador de inadimplência locatícia do Estado foi 0,94 p.p. superior ao observado na região Sudeste, que fechou o mês de julho com uma taxa de 3,51% após registrar crescimento de 0,13 p.p. frente ao apresentado no mês anterior (3,38%).

A taxa de inadimplência de apartamentos localizados no Sudeste subiu 0,59 p.p. entre os meses de junho e julho deste ano, passando de 2,09% para 2,68%, ficando abaixo da média nacional (2,73%). Por outro lado, o índice das casas recuou 0,13 p.p. no período, de 3,91% para 3,78%, também abaixo da média nacional (4,02%).

Já os imóveis comerciais da região encerraram o mês passado com 4,8% de inadimplência do aluguel, o que representa um avanço de 0,1 p.p. frente a junho (4,7%). O resultado ficou abaixo da média nacional (5,03%).

Placa de aluguel de imóvel comercial em Belo Horizonte.
Foto: Alessandro Carvalho / Arquivo / Diário do Comércio

Inadimplência de aluguel no cenário nacional

O Índice de Inadimplência Locatícia no Brasil fechou o mês de julho com uma taxa de 3,76%, o que representa um avanço de 0,17 p.p. frente ao mês anterior (3,59%). Esse valor é 0,69 p.p. inferior ao observado em Minas Gerais e 0,25 p.p. superior a média da região Sudeste.

Entre as regiões do País, o Sul apresentou a menor taxa de inadimplência com 3,19% no último mês; a região Sudeste aparece logo em seguida. Por outro lado, o Nordeste (4,91%) segue com o indicador mais elevado, seguido pelas regiões Centro-Oeste e Norte do País, com taxas de 3,78% e 4,48%, respectivamente.

O levantamento da Superlógica ainda mostra que a inadimplência em imóveis residenciais na faixa de aluguel acima de R$ 13 mil continua em alta no Brasil, desde junho de 2024, com uma taxa de 6,83%, em julho deste ano. Já o grupo dos imóveis com locação de até R$ 1 mil, registrou 6,14%. Além disso, os imóveis com aluguéis de R$ 2 mil a R$ 3 mil (2,36%) e de R$ 3 mil a R$ 5 mil (2,37%) apresentaram taxas semelhantes.

Quanto aos imóveis comerciais, a faixa de até R$ 1 mil continua sendo o grande destaque no País, com 7,98% de inadimplência em julho. A menor taxa do período foi apresentada pelo grupo com preço de locação entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, que registraram 4,22% no mês passado.

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