Economia

Indústria 4.0 cada vez mais presente em áreas do setor primário

Indústria 4.0 cada vez mais presente em áreas do setor primário
Evento na Capital discutiu uma atuação mais sustentável , além da otimização dos processos e melhorias no desempenho do setor - Agência Vale

Com o advento da indústria 4.0, atividades tradicionais e de base como a mineração começam a ganhar novo patamar no Brasil e no mundo. O uso de tecnologias inovadoras como ciência de dados, internet das coisas e otimização de processos dão novo fôlego ao setor, promovendo ganho de valor agregado aos minerais extraídos no País, como o minério de ferro, cuja maior produção se concentra em Minas Gerais.

Prova disso é que, recentemente, a startup mineira MiningMath conquistou o primeiro lugar no Concurso de Desafios Técnicos e Soluções de Mineração MineTech, na Rússia, com uma tecnologia inovadora voltada à simulação de cenários para embasar decisões estratégicas na área de mineração, utilizando técnicas modernas de programação.

Dentro da programação da Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit Festival), ocorreu o Creating Value in Mining, visando conectar pesquisadores, professores, estudantes, gestores, empresários e profissionais da área, buscando não só reflexões para uma atuação mais sustentável, mas a otimização de processos e melhorarias no desempenho da mineração por meio do uso de tecnologias da indústria 4.0.

Para a gerente de Negócios e Parcerias da Fundep, Janayna Bhering, como o novo marco regulatório do setor permite e estimula as parcerias entre universidades e empresas, é preciso que se conheçam os potenciais de cada um. “Nenhuma das partes consegue trabalhar sozinho. Por isso, é preciso convergir os dois para que trabalhem em conjunto em prol do setor e do desenvolvimento do País”, resumiu.

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Janayna Bhering destacou que a mineração exerce grande influência nas atividades industriais, é um potente suporte financeiro nacional, sendo responsável por quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e 17% do PIB industrial (dados de 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Já Minas Gerais, conforme ela, além de ser protagonista em termos de produção, possui diferenciais em termos de capital intelectual e científico.

“Neste encontro, apresentamos mais do que as pesquisas tecnológicas ou a expertise dos pesquisadores, trouxemos cases de sucesso e futuros projetos que poderão contribuir para a continuidade da modernização do setor. Recebemos cerca de 60 pessoas representantes de empresas e 40 do meio acadêmico, todos interessados nas ações de aproximação e prospecção de negócios”, afirmou.

O professor do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da UFMG, Wagner Meira Júnior, falou sobre métodos, técnicas, formação e aplicações da ciência de dados no dia a dia das pessoas e das organizações. Ele ressaltou que ao longo do tempo as empresas acumulam grande volume de dados, mas que a utilização dos mesmos para tomada de decisões ainda é tímida no Brasil.

“Nosso objetivo é utilizar estes dados como instrumento de ações e projetos de tomadas de decisões, fazendo com que, juntos, se tornem uma vantagem competitiva e um diferencial”, afirmou, citando como exemplos de setores que o departamento já atua: siderurgia, telecomunicações, tecnologias e ciências de uma forma geral.

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Internet das coisas – Também professor do DCC, José Marcos Nogueira, abordou o tema Internet das Coisas: conceitos, tecnologias e soluções tecnológicas na convergência ciberfísica. Para ele, o campo da internet das coisas é uma oportunidade única para o Brasil capturar seu valor. “Mas não basta só conectar as coisas, é preciso dotá-las do poder de processar dados, tornando-as inteligentes”, alertou.

Para a mineração, especificamente, Nogueira citou como exemplo a aplicação em linhas de produção com sensores que identificam o melhor momento de uma parada de manutenção ou que analisam a carga metálica de determinados minerais.

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