Tecnologia médica: Boston aporta investimento de R$ 120 milhões em Contagem
Com investimento de R$ 120 milhões, a Boston Scientific, líder mundial no desenvolvimento de tecnologias médicas, ampliará sua fábrica em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Com isso, a empresa vai triplicar a capacidade de produção de válvulas cardíacas desenvolvidas a partir de tecido de porco, atualmente em 20 mil unidades por ano, para 60 mil.
A inauguração da ampliação da fábrica contagense está prevista para o dia 7 de maio. A expectativa da companhia norte-americana é alcançar um volume acumulado de R$ 780 milhões em exportações nos próximos três anos. O investimento da Boston Scientific na unidade fabril visa atender à crescente demanda da Europa, Ásia, América Latina, além da entrada no mercado dos Estados Unidos.
O vice-presidente da empresa no Brasil, Eric Tagarro, afirma que a possibilidade de oferecer a tecnologia para outros países é uma conquista para o segmento. “Cada válvula produzida pode representar uma vida salva. Não estamos falando apenas de números, mas de uma mudança de paradigma no tratamento de doenças cardiovasculares”, observa. Mais de 70 mil pacientes já receberam a válvula da empresa em todo o mundo.
O investimento na ampliação da unidade de Contagem, inaugurada em 2019, fará a Boston Scientific passar do atual quadro de 950 funcionários para até 1.700 empregados. O novo prédio foi ampliado de 5 mil metros quadrados (m²) de área construída para 13 mil m². A construção demorou três anos.
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Como funciona a válvula biológica da Boston feita em Contagem
A válvula transcateter da Boston Scientific é fabricada em Contagem a partir de tecido extraído do porco. O pericárdio porcino passa por tratamento químico que o torna inerte, ou seja, não causa rejeição em humanos, é costurado em uma estrutura metálica de nitinol e assim forma o produto implantável.
O primeiro implante com a técnica de Implante de Válvula Aórtica Transcateter (TAVI, da sigla em inglês) foi realizado há 22 anos. A tecnologia é utilizada no Brasil desde 2016. O procedimento é minimamente invasivo e substitui alguns tipos de cirurgias de peito aberto, o que dá mais segurança e celeridade ao paciente, além de reduzir significativamente o risco de morte.
A válvula é colocada dentro de um catéter e, por meio de pequeno corte, o catéter é introduzido na artéria transfemoral e chega ao coração. É necessário acompanhamento médico para monitorar o funcionamento da prótese. De acordo com a Scientific Eletronic Library Online (Scielo), são realizadas aproximadamente 280 mil cirurgias para implantação de prótese valvar por ano no mundo.
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