Economia

Ternium assume controle da Usiminas após compra de fatia japonesa por R$ 1,7 bilhão

A Ternium, que já detinha 51,5% do bloco de controle da Usiminas, elevará sua participação para 83,1% com a negociação
Ternium assume controle da Usiminas após compra de fatia japonesa por R$ 1,7 bilhão
Foto: Divulgação / Usiminas

A Ternium Investments passará a assumir o controle da Usiminas ao comprar as ações das japonesas Nippon Steel Corporation e Mitsubishi Corporation por R$ 1,7 bilhão, conforme informou a companhia nesta quarta-feira (5), em fato relevante.

A Ternium, que já detinha 51,5% do bloco de controle da Usiminas, elevará sua participação para 83,1% com a negociação. O negócio envolve 153,1 milhões de ações, adquiridas a US$ 2,06 por papel, por meio da subsidiária Ternium Investments, sediada em Luxemburgo. O preço havia sido previamente acordado pelas partes nas operações de opções contempladas no novo acordo de acionistas da Usiminas, assinado em 3 de julho de 2023.

Com a conclusão da operação, a soma das participações da Ternium Argentina e da Confab — subsidiária da Tenaris — levará o grupo ítalo-argentino a deter 92,95% do bloco de controle da companhia mineira. A Previdência Usiminas, controlada por empregados e aposentados da empresa, manterá os 7,1% restantes.

Conforme o fato relevante, assinado pelo vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Thiago da Fonseca Rodrigues, “a conclusão da operação está sujeita à implementação de condições precedentes usuais nesse tipo de negócio, especialmente à prévia aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”.

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Ainda de acordo com o documento, com a operação, o Grupo NSC, formado pela Nippon Steel Corporation (NSC) e pela Mitsubishi Corporation (Mitsubishi), deixará de fazer parte do bloco de controle e do Acordo de Acionistas da companhia. “Os direitos e as obrigações da Previdência Usiminas previstos no Acordo de Acionistas, incluindo direitos de voto e de indicação, não serão alterados”, destacou a empresa.

Em nota, a Ternium afirmou que “o investimento adicional reforça ainda mais o compromisso da empresa com a Usiminas e com o mercado siderúrgico brasileiro”. Ainda segundo o comunicado, “a Ternium continuará trabalhando para levar a Usiminas ao seu pleno potencial, visando aprimorar sua competitividade e valor, no melhor interesse da companhia e de todos os seus stakeholders”.

Ternium possuía ações da Usiminas há 13 anos

A entrada da Ternium no bloco de controle da Usiminas foi concluída em 2012, quando a siderúrgica argentina adquiriu 27,66% do capital votante da companhia mineira. Pelo acordo, que incluía a subsidiária argentina Siderar e a TenarisConfab, a empresa desembolsou R$ 36 por ação ordinária, totalizando R$ 5,03 bilhões. Ternium e Tenaris são empresas do grupo argentino Techint.

A fatia foi adquirida das brasileiras Camargo Corrêa e Votorantim, que juntas possuíam 26% das ações com direito a voto, além da Caixa dos Empregados da Usiminas, que também vendeu parte de seus papéis à Nippon Steel, compradora de 8,527 milhões de ações ordinárias.

Em 2011, o grupo japonês, formado por Nippon Steel Corporation, Nippon Usiminas, Mitsubishi e Metal One, passou a deter 29,44% dos papéis com direito a voto. Já o grupo liderado pela Ternium ficou com 27,66%, enquanto a Caixa de Empregados da Usiminas manteve 6,75%. O restante ficou distribuído entre os acionistas minoritários.

Em 2023, a Ternium, por meio das subsidiárias Ternium Investments e Ternium Argentina, juntamente com a Confab, firmou um contrato de compra e venda de ações, adquirindo 68,7 milhões de papéis ordinários da Usiminas. À época, a operação movimentou cerca de US$ 111 milhões, elevando a participação do grupo no bloco de controle para 51,5%.

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