Economia

Ternium investe até US$ 100 mi anualmente em planta brasileira

Ternium investe até US$ 100 mi anualmente em planta brasileira
Complexo siderúrgico da Ternium em Santa Cruz (RJ) tem capacidade instalada de 5 mi de toneladas/ano - Crédito: Divulgação/Ternium

Dos US$ 80 milhões a serem investidos pela Ternium Brasil, entre julho do ano passado e junho deste exercício, grande parte está sendo executado por empresas mineiras. Usiminas Mecânica, Convaço e Emalto trabalham atualmente em projetos de infraestrutura e meio ambiente da planta industrial localiza em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Os investimentos da companhia na usina brasileira variam de US$ 80 milhões a US$ 100 milhões por ano, o que já permitiu um aumento na produção de placas de aço produzidas pela empresa no País. As informações são do gerente-geral de Engenharia da Ternium Brasil, Fernando Caracoche.

Segundo ele, quando a Ternium adquiriu a unidade da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), controlada pela alemã ThyssenKrupp, em 2017, a produção girava em torno de 4,5 milhões de toneladas anualmente. Hoje, já chega a 4,7 milhões de toneladas.

“A capacidade total instalada da usina chega 5 milhões de toneladas. Pretendemos, no médio prazo, ampliar esse número. Mas isso vai depender também de aumento da demanda por aço no mercado internacional”, revelou.

Sobre os contratos com as empresas mineiras, a serem executados ainda neste exercício, o gerente informou que se trata, basicamente, de projetos de infraestrutura e meio ambiente. No caso da Usiminas Mecânica – braço da Usiminas dedicado a bens de capital, por exemplo, será uma reforma na sinterização da unidade.

“A parada ocorrerá na semana que vem e terá duração de 18 dias. Basicamente, teremos a restauração do precipitador eletrostático, que vai melhorar ainda mais nossos níveis de emissões de gases na atmosfera. Para a obra, a Usiminas Mecânica forneceu 400 toneladas de estrutura e a maior parte da mão de obra”, detalhou.

O equipamento em questão é responsável pela filtragem do material particulado antes da emissão para a atmosfera durante o processo de fabricarão de sinter, mantendo os níveis de emissões dentro dos padrões exigidos pela legislação ambiental.

Caracoche informou ainda que dentro do projeto, a Convaço, sediada em Ipatinga, no Vale do Aço, será responsável por obras de reparo no forno de ignição da sinterização.

Já a Emalto Indústria Mecânica Ltda, localizada em Timóteo, também no Vale do Aço, conforme o gerente-geral, fará a construção de um elevador para a área de altos-fornos da usina. Neste caso, segundo ele, serão fornecidos apenas 80 toneladas de estrutura.

“O grande destaque, neste caso, é a possibilidade de uma solução integrada, incluindo o projeto de engenharia e obras civis”, destacou.

Contratação – Caracoche citou que os processos de contratação da Ternium Brasil são competitivos e levam em consideração a qualidade da empresa e o custo.

“A Usiminas Mecânica é uma fornecedora de padrão mundial. Com experiência em projetos de portes variados, é reconhecida pela qualidade, rigor tecnológico e credibilidade que imprime a cada projeto”, exemplificou.

Vale destacar que, nos últimos anos, a Ternium tem investido na aproximação da companhia com empresas locais. Especificamente com as mineiras, a relação mais próxima teve início no final do ano passado em encontro realizado em Ipatinga, que contou com a presença do vice-presidente jurídico e de Relações Institucionais da Ternium Brasil, Pedro Teixeira, e o gerente da Exiros, Wilson Munera. A Exiros é responsável mundialmente pelas compras da Ternium e da Tenaris.

Neste contexto, no final de fevereiro, empresários do Vale do Aço visitaram a Ternium Brasil, no Rio de Janeiro, para prospectar negócios para o setor metalmecânico, em um encontro organizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) – Regional Vale do Aço e pelo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e Material Elétrico do Vale do Aço (Sindimiva).

Automatização – Sob o ponto de vista tecnológico e da indústria 4.0, a Ternium Brasil também tem investido não somente na qualidade dos produtos e serviços, mas também no aumento da segurança das operações da planta do Rio de Janeiro.

Com investimentos de US$ 6 milhões, a empresa adquiriu dois robôs que estão substituindo os empregados em atividades de risco, que foram realocados em setores de supervisão. O exemplo da Ternium Brasil será disseminado para outras usinas na Argentina e no México.

Os robôs foram implantados em parceria com a área de engenharia da empresa. Ao todo, 12 funcionários foram capacitados para operar o equipamento, programado para realizar até sete funções diferentes.

“Tivemos não somente o aumento da segurança para os funcionários, mas também nos níveis de produtividade e qualidade dos produtos”, resumiu o gerente de lingotamento, Leandro Crivellari.

  • A repórter viajou a convite da Ternium Brasil
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