Economia

TIM repassará redução do ICMS aos clientes

TIM repassará redução do ICMS aos clientes
Operadora destinou R$ 1.324 mi para investimentos em infraestrutura de rede no 1º trimestre | Crédito: Aluisio Alves/REUTERS

São Paulo – A TIM vai repassar nas próximas semanas a redução de ICMS concedida ao setor de telecomunicações aos preços de pós-pago, enquanto no pré-pago será oferecida uma elevação aos clientes na oferta de gigabytes por plano, disse o presidente da operadora, Alberto Griselli, ontem.

A estratégia vem após lei federal, que entrou em vigor em junho, estabelecer um teto para as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de alguns setores, incluindo teleco-municações.

Griselli disse em conferência de resultados com analistas que a empresa escolheu elevar a oferta em giga-bytes nos planos pré-pagos, em vez de cortar o preço, para tornar a operação viável financeiramente.

Ele afirmou que a medida deve levar a um impacto nas recargas de pré-pago nos próximos trimestres.

A TIM divulgou na noite da véspera queda de 54,1% no lucro do segundo trimestre ante igual período do ano anterior, com maiores despesas ofuscando sólido crescimento da receita.

Os executivos da TIM disseram que foi enviada na sexta-feira uma contraproposta à agência reguladora do setor, Anatel, com um novo preço para oferta de roaming.

O presidente do órgão regulador, Carlos Baigorri, disse em meados de julho à Reuters que a Anatel poderia buscar desfazer a venda dos ativos de telefonia móvel da Oi, negócio no qual a TIM é uma das compradoras, caso um impasse com operadoras sobre a oferta de roaming não fosse resolvido.

Griselli, da TIM, afirmou que teve uma reunião com o presidente da Anatel na semana passada quando foi esclarecido à companhia que o “negócio da Oi não está em discussão”, nas palavras do executivo durante a teleconferência.

A oferta de roaming, serviço de telefonia para usuários que estão em áreas onde sua operadora original não possui atuação, pelas compradoras da Oi Móvel – TIM, Telefônica Brasil e Claro – foi definida como contrapartida pelos órgãos reguladores ao negócio, com o objetivo de alimentar a competição no setor.

No entanto, as três companhias travaram paralelamente o processo de oferta de roaming na Justiça por discordâncias sobre preços com a Anatel.

Integração com a Oi

A TIM disse na apresentação que a migração da rede adquirida da Oi deve ocorrer até dezembro e, segundo seus executivos, os custos da companhia devem mostrar dinâmica mais positiva no se-gundo semestre.

A diretora financeira e de relações com investidores da TIM, Camille Faria, afirmou que o principal impacto ao lucro do segundo trimestre veio de arrendamentos financeiros vindos da aquisição de torres da Oi, as quais a empresa pretende vender mais de 60%.

“À medida que a integração tem progresso e as sinergias começam a ser capturadas, devemos ver essa linha (lucro) voltar à tendência usual”, disse Faria. A executiva ainda citou melhor tendência de despesas operacio-nais nos próximos trimestres.

Ela afirmou, porém, que por causa de obrigações regulatórias na venda de antenas, os desinvestimentos em torres só devem ganhar tração em 2023. A TIM espera finalizá-los até o fim de 2024.

Questionada, Faria manteve a projeção divulgada mais cedo neste ano pela TIM de distribuição de divi-dendos de cerca de R$ 2 bilhões em 2022.

Sobre potenciais operações de aquisição e fusão, especialmente em fibra ótica, Griselli afirmou que a TIM não está olhando “ativamente” para esse ponto, já que o foco no momento é 5G e integração dos ativos adquiridos da Oi.

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