Impulsionadas pela indústria, vagas de trabalho temporário devem crescer 7,5% em Minas

Apesar dos desafios econômicos, o bom desempenho da indústria ao longo do ano deve elevar as oportunidades de trabalho temporário em Minas Gerais. Entre outubro e dezembro, a expectativa é de avanço de 7,5% nas vagas no Estado em decorrência do forte apelo comercial de datas como Black Friday e Natal.

Além do setor logístico, crescimento é fruto da demanda constante ao logo do ano em setores-chave da economia mineira, como siderurgia, mineração, agronegócio e indústria automobilística. Os dados foram estimados e analisados pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

O diretor regional da Asserttem, Glaucus Botinha, avalia que o desempenho de temporários em Minas Gerais tem um espectro semelhante ao cenário nacional no quarto trimestre. Nos últimos anos, o Estado recebeu importantes empresas de logística, como Amazon, Shopee, Mercado Livre, que prometem demandar oportunidades com o aquecimento no comércio neste fim de ano.

No setor industrial, a expectativa é que Minas Gerais também repita o desempenho nacional dada a expressividade no território. No país, a associação analisa que o segmento deve corresponder por 50% das contratações no 4º trimestre, seguido por Serviços (30%) e Comércio (20%).

Segundo Botinha, a indústria de siderurgia e mineração apresentou demanda favorável para a contratação de temporários ao longo do ano e deve manter o bom desempenho. “É um setor que demanda o ano todo e está sempre performando bem”, acrescenta.

Com força especialmente no Triângulo Mineiro, o agronegócio também promete elevar as novas oportunidades temporárias no Estado, elevando o potencial local. “Isso mostra que o otimismo em contratações percorre os principais setores em Minas, em diferentes regiões”, pontua.

Já no setor automobilístico, o diretor salienta que “embora não viva seu melhor momento, continua sendo um polo importante de produção e merece atenção dentro do panorama industrial”.

Alta taxa juros e mão de obra operacional são principais gargalos

Para a associação, as expectativas, embora favoráveis, poderiam ser ainda mais expressivas, mas o cenário exige cautela em razão da alta taxa de juros, a 15% ao ano, e as incertezas causadas pelas tarifações aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil.

Outro desafio citado é a captação de mão de obra operacional. “Com o desemprego em níveis baixos e a concorrência de recursos públicos, como os auxílios governamentais, a situação se torna um desafio e tem impactado a geração de vagas na indústria”, comenta Botinha.

No País, a Asserttem estima que, entre outubro e dezembro deste ano, sejam gerados cerca de 535 mil contratos de trabalho temporário. O resultado representa um incremento de 7,5% frente ao mesmo período do ano passado.

A projeção é de que o 2º semestre do ano encerre com mais de 1 milhão de contratações temporárias. O otimismo é derivado dos índices positivos entre os meses de julho e setembro, com 624 mil contratações temporárias nacionais, um avanço de 2% frente ao igual período de 2024.

A iniciativa é encarada como essencial, especialmente para a inserção de jovens no mercado de trabalho. “O trabalho temporário é uma porta de entrada para quem busca a primeira oportunidade no mercado e uma ferramenta importante de inclusão social. Cerca de 20% a 25% desses profissionais acabam efetivados”, conclui Botinha.