Economia

Tradings têm interesse em refinarias

Tradings têm interesse em refinarias
REUTERS/Paulo Whitaker

São Paulo/Rio – A planejada venda de oito refinarias pela Petrobras está atraindo as maiores tradings e petroleiras do mundo como interessados.

Cerca de 20 empresas assinaram termos de confidencialidade que garantem o acesso aos dados das refinarias e sinalizam que elas estão considerando uma oferta, segundo as fontes, que pediram anonimato para discutir detalhes confidenciais do negócio.

A primeira rodada de ofertas não vinculantes por quatro das oito refinarias que a Petrobras colocou à venda ocorrerá no dia 11 de outubro, segundo as fontes. As oito refinarias têm capacidade total de refino de 1,1 milhão de barris ao dia.

Entre os potenciais interessados estão as tradings Vitol, Glencore e Trafigura. As brasileiras Ultrapar Participações e Raízen, uma joint venture entre a brasileira Cosan e a Shell, também assinaram os acordos.

Outras companhias interessadas, segundo as fontes, incluem PetroChina Co e Sinopec, que já tem uma joint venture no Brasil com a espanhola Repsol. A gigantesca Saudi Aramco, que está planejando fazer um dos maiores IPOs do mundo, também está olhando os números das refinarias da Petrobras.

Petrobras, PetroChina, Ultrapar, Sinopec e Vitol não responderam de imediato a pedidos de comentário. Trafigura, Saudi Aramco e Glencore recusaram-se a comentar.

Negócio transformacional – A venda das refinarias, que deve ser um dos maiores desinvestimentos da história da Petrobras, pode arrecadar até US$ 18 bilhões, segundo bancos de investimento que trabalham na transação.

A privatização do refino é vista como fundamental para reduzir as pressões sobre o governo por interferência na política de preços de derivados, e uma maneira de introduzir competição real no setor de petróleo no País.

O regulador antitruste Cade forçou a Petrobras a mudar seu processo de venda de refinarias para aumentar a competição, demandando que a venda seja de 100% de cada refinaria e não mais de 60%, como no modelo inicial. As refinarias terão que ser vendidas uma por uma.

O mesmo comprador não poderá adquirir duas refinarias na mesma região, no Nordeste ou no Sul.

A Petrobras também está separando da Transpetro ativos de logística como dutos de petróleo e terminais que deverão ser vendidos junto com as refinarias, segundo uma das fontes.

Os interessados devem procurar operadores de dutos para entrar nos consórcios de refino, para ajudar na operação dos ativos de logística. Alguns grupos já procuraram operadores privados que compraram recentemente empresas de dutos da Petrobras, como Engie e Brookfield. (Tatiana Bautzer/Rodrigo Viga Gaier/Reuters)

Alemã planeja crescer no Brasil

Rio – Após retornar ao Brasil com o arremate de sete áreas exploratórias no ano passado, a petroleira alemã Wintershall Dea’s busca novas oportunidades de negócios no País e estuda eventual participação nas próximas rodadas de licitação de blocos de petróleo.

O Brasil já é considerado pela petroleira como um dos principais países de seu portfólio global. Além disso, a alemã acredita que áreas marítimas no País são uma das mais promissoras regiões de petróleo e gás do mundo.

A companhia já havia feito atividades exploratórias no Brasil entre 2001 e 2005, antes da descoberta do pré-sal ser anunciada pela Petrobras, em 2006.

“De acordo com as metas de crescimento da Wintershall Dea’s, planejamos construir um amplo portfólio no Brasil, com o objetivo de estabelecer uma base significativa de recursos no país nos próximos anos”, disse a empresa.

“Portanto, estamos avaliando cuidadosamente novas oportunidades de negócios em geral e também examinamos e avaliamos a possível participação nas próximas rodadas de licitações.”

A empresa não entrou em detalhes sobre quais os ativos que poderiam interessar mais.

O Brasil planeja três grandes rodadas neste ano, além de uma oferta de campos devolvidos e de blocos ofertados em licitações anteriores e não arrematados, em sessão pública planejada para 10 de setembro, para a qual a Wintershall Dea’s está inscrita.

Em meio aos planos, a Wintershall Dea’s planeja abrir “em um futuro próximo” um novo escritório no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo.

Atualmente, o time da companhia está coordenando atividades exploratórias iniciais nos ativos arrematados no ano passado.

A empresa venceu sete licenças de exploração na 15ª Rodada de licitação sob regime de concessão, sendo operadora com 100% de participação em três blocos na Bacia de Potiguar e em um na Bacia do Ceará.

Nas demais áreas, uma em Santos e duas em Campos, a empresa participou como sócia em consórcios com a Repsol e a Chevron.

A companhia, fruto de uma fusão entre a Wintershall e a DEA Deutsche Erdoel AG, conta com cerca de 3 mil funcionários e atua em diversas concessões pelo mundo, com a produção de cerca de 575 mil barris de óleo equivalente por dia. (Reuters)

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