Programa terá R$ 2 bi para transformação digital de micro, pequenas e médias indústrias

As micro, pequenas e médias empresas industriais do Brasil vão contar com um incentivo para trilhar o caminho da transformação digital por meio do novo programa Brasil Mais Produtivo, que será lançado na manhã desta quinta-feira (16). Com R$ 2,037 bilhões destinados para o engajamento digital de 200 mil indústrias, a nova fase do programa vai atender diretamente 93,1 mil empresas nos próximos três anos e o lançamento será feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília.
Além de promover o salto tecnológico dessas empresas, o ministro destaca que, com o incentivo, o País ganha competitividade e gera emprego e renda de alto valor agregado tanto na indústria como nos serviços. “Trata-se do maior e mais impactante programa de produtividade e transformação tecnológica para micro, pequenas e médias empresas industriais já implantado no Brasil, conectado com a política de neoindustrialização inovadora, sustentável e indutora do desenvolvimento social”, afirma Alckmin.
Com a articulação inédita de parceiros estratégicos, o novo Brasil Mais Produtivo vai oferecer um ciclo completo de acesso ao conhecimento. As empresas atendidas vão participar de uma Jornada de Transformação Digital que passa por aperfeiçoamento da força de trabalho, requalificação, melhores práticas de gestão, digitalização, otimização de processos produtivos e aumento de eficiência energética, culminando com crédito a juros baixos ou recursos não-reembolsáveis para adoção de tecnologias ligadas à indústria 4.0 e às “smart factories”, ou fábricas inteligentes.
Para fortalecer ainda mais a iniciativa, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços (MDIC) trouxe para o programa as instituições financiadoras Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), que agora se somam às parcerias já consolidadas com ABDI, Sebrae e SENAI.
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De todas as empresas atendidas nesta nova fase do Brasil Mais Produtivo, a expectativa é de que ao menos 8,2 mil alcancem a chamada “fronteira tecnológica” ao final do processo. Isso XXX na instalação de sensores digitais na linha de produção, interligação de sistemas por computação em nuvens, utilização de Big Datas, IoT (internet das coisas), impressão 3D e inteligência artificial. Nessa fase, a atuação dos novos parceiros será especialmente importante.
Para o presidente da Finep, Celso Pansera, a transformação digital é essencial para a indústria brasileira e é um dos focos prioritários de apoio pela financiadora. “Estamos engajados em apoiar o fortalecimento deste programa fundamental para a aceleração da difusão de tecnologias digitais, que irá contribuir para o aumento da produtividade e da competitividade da economia. Ao adotar tecnologias avançadas de digitalização, as empresas otimizam seus processos, reduzem custos e melhoram a qualidade de seus produtos”, afirmou.
A participação no novo Brasil Mais Produtivo reforça a missão do BNDES no apoio às micro, pequenas e médias empresas. É o que destaca o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, José Luis Gordon. “A digitalização de processos e a inserção de novas tecnologias de manufatura avançada são essenciais para a recuperação da produtividade, ajudando também a promover a integração da indústria com o setor de serviços de valor agregado”, disse.
O diretor de Planejamento e Relações Institucionais da Embrapii, Igor Nazareth, destaca o olhar abrangente sobre as necessidades internas das empresas para promover ganhos de produtividade e a transformação digital. “A Embrapii entra nas etapas mais avançadas para complementar o que é oferecido pelos demais parceiros. Vamos oferecer recursos não reembolsáveis e apoio técnico das nossas Unidades para fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias digitais que tragam ganhos de produtividade para a indústria brasileira como um todo”, ressalta Nazareth.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, o programa vai contribuir para a criação de um ecossistema de produtividade no País. “É um passo importante para posicionarmos o que queremos para a indústria brasileira, já que enfrentamos graves problemas de produtividade. O programa se difere de outros pela visão sistêmica e capacidade de investimento, pois une consultoria a ação educacional para que os trabalhadores da indústria se apropriem do conhecimento e tenham autonomia para continuar o processo depois da saída do consultor”, acrescenta Alban.
Jornada de transformação digital para a indústria
Criado em 2016, o Brasil Mais Produtivo atuava separadamente em duas frentes: enquanto o Sebrae presta consultorias ao setor de Comércio e Serviços, o SENAI atende a indústria. Na nova configuração, as unidades das duas instituições parceiras vão atuar de forma coordenada, identificando as metodologias que melhor se aplicam às empresas atendidas, com técnicas para promoção de manufatura enxuta e eficiência energética, adoção de melhores práticas de produtividade e digitalização da gestão do negócio.
Nas etapas de apoio à transformação digital propriamente dita, o primeiro passo será a elaboração de diagnóstico da maturidade para adoção de tecnologias industriais inteligentes, seguido de elaboração de projeto customizado, solução de financiamento e acompanhamento da implantação.
A porta de entrada para todas as empresas que pretendem participar do Brasil Mais Produtivo, inclusive dos setores de comércio e serviços, que continuarão a ser atendidos normalmente, é o site da ABDI, que vai direcionar os interessados para as modalidades do programa e para as respectivas páginas dos parceiros Sebrae e SENAI. Para esta nova fase do programa, o SENAI desenvolveu uma plataforma digital com materiais, cursos e ferramentas de produtividade e transformação digital que facilitarão o aprendizado e a aplicação contínua por parte das empresas.
Nova política industrial
A modernização tecnológica das pequenas e médias empresas faz parte da Nova Política Industrial Brasileira, que está em construção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e é guiada pelo conceito de missões.
São seis as missões definidas pelo CNDI. Entre elas, a que mais se alinha ao novo Brasil Mais Produtivo é a Missão 4, que busca “aumentar a produtividade da indústria brasileira por meio da incorporação de tecnologias digitais, especialmente as desenvolvidas e produzidas no país”.
Conheça as modalidades do novo Brasil Mais Produtivo
Plataforma de produtividade
– Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas terão acesso a cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital.
Diagnóstico e melhoria de gestão
– Até 50 mil micro e pequenas empresas receberão orientação e acompanhamento contínuo de Agentes Locais de Inovação e outros instrumentos do Sebrae para aumento da produtividade, além de projetos setoriais do Sebrae que também serão oferecidos.
Otimização de processos industriais – consultoria mais educação profissional
– Até 30 mil micro e pequenas empresas serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.
– Até 3 mil médias indústrias serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.
Transformação Digital
– 360 empresas apoiadas com desenvolvimento de tecnologias 4.0.
– 8,4 mil MPMEs serão beneficiadas com soluções desenvolvidas por empresas provedoras de tecnologias 4.0, via chamadas Smart Factory, além da possibilidade de contratação de pós-graduação em Smart Factory do SENAI com desconto.
– Até 1,2 mil médias empresas serão contempladas com um plano completo de transformação digital, da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento.
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