Transporte de cargas sobe 54% no Aeroporto Internacional de BH

A estratégia de transformar o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, localizado em Confins (RMBH), em um hub logístico multimodal tem dado resultados. O aeródromo encerrou 2021 com expressivo crescimento na movimentação de cargas, ultrapassando as 37 mil toneladas no decorrer do ano passado. Isso representou aumento de 54% sobre o ano anterior, quando 24,8 mil toneladas haviam sido transportadas.
De acordo com a diretora corporativa da CCR Aeroportos (um dos acionistas da concessionária que administra o terminal – BH Airport), Cristiane Gomes, com o resultado, o aeroporto mineiro foi o que melhor desenvolveu a área de cargas em 2021. Já o gestor de Soluções Logísticas Integradas da BH Airport, Marcelo Farias, ressaltou que os resultados são frutos de uma série de ações adotadas desde 2020, incluindo a diversificação dos motores de chegadas e partidas no terminal.
“A ideia é deixar de ser simplesmente um operador de carga aérea e se transformar em multimodal. Hoje já temos o trabalho de cargas marítimas e aéreas vindas de São Paulo e os cargueiros semanais, que impulsionaram bastante nossas operações”, explicou.
E a intenção é alavancar cada vez mais dado o potencial de crescimento. Para se ter uma ideia, enquanto o terminal responde por 52% do transporte aéreo de cargas do Estado, no marítimo é menos de 1% de participação. O que indica um largo espaço para crescer. Prova disso é que as rotas rodoviárias para São Paulo que começaram em 2020 com duas frequências semanais hoje chegam a ter idas e vindas diárias e a capacidade do terminal de cargas de 12 mil metros quadrados está chegando ao limite de utilização.
“Adicionaremos mais 3 mil metros quadrados para receber mais cargas full contêiner. Com investimentos de R$ 1,7 milhão, a obra deverá ficar pronta no final de abril”, disse. Entre os produtos, destacam-se os itens de maior valor agregado de setores como ciências da vida, eletroeletrônicos e de energia renovável.
O aeroporto industrial também vai passar por uma expansão nos próximos meses. Ao todo serão aportados R$ 26 milhões no empreendimento – o primeiro do tipo do País – visando à adequação das áreas para recebimento de quatro novas empresas a partir de 2023.
“Temos um trabalho forte de atração de indústrias para a área alfandegada. Hoje contamos com a Clamper e a Amerisolar e agora possivelmente teremos representantes de outros segmentos, como ciências da vida – nosso carro-chefe no transporte de cargas”, revelou. As áreas de interesse da administração para além de eletroeletrônico, energia renovável e ciências da vida estão ainda na química fina e na mobilidade sustentável.
“A ideia é que haja uma sinergia entre o aeroporto industrial e o terminal de cargas, sendo que este último pode funcionar como plataforma de insumos para as empresas que fabricarão seus produtos com incentivos fiscais totais ou parciais para sua produção”, finalizou.
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