Três usinas solares flutuantes serão implantadas pela Cemig

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai implantar três usinas solares flutuantes em reservatórios hidrelétricos no Estado. Os projetos fazem parte do maior plano de investimentos da história da companhia, da ordem de R$ 42,2 bilhões para o período entre este ano e 2027. Somente em geração distribuída (GD) serão aportados R$ 3,2 bilhões.
Os empreendimentos serão construídos sobre os lagos da pequena central hidrelétrica (PCH) de Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas; e nas hidrelétricas de Três Marias, na região Central, e Araguari, no Triângulo Mineiro. Os complexos somarão 274 megawatts-pico (MWp) ao portfólio da Cemig, sendo 39 MWp, 78 MWp e 157 MWp, respectivamente.
Durante encontro com investidores, o diretor de Geração e Transmissão da companhia, Thadeu Carneiro da Silva, disse que os projetos já estão liberados para implantação, porém, ele não revelou quando as obras terão início. A expectativa da Cemig é que a usina solar flutuante de Carmo do Cajuru entre em operação em 2025 e as outras duas em 2026.
Carneiro também destacou que são as maiores outorgas já emitidas para esse tipo de empreendimento no Brasil. Segundo ele, o projeto-piloto da Cemig na PCH de Santa Marta, em Grão Mogol, no Norte do Estado, com cerca de 1 megawatt (MW), serviu de laboratório para a companhia. Conforme o diretor, além dos três complexos já viabilizados, existe outro plano de usina flutuante em desenvolvimento para Três Marias, de 260 MW.
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Em sua apresentação, o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, ressaltou que as usinas flutuantes vão compor grande parte dos 540 MWp que a companhia pretende agregar até 2027. De acordo com ele, a empresa tem um imenso potencial de inovação com esse projeto, uma vez que detém grandes reservatórios para realizar a instalação.
Ainda na perspectiva de crescimento em GD, apenas em 2023, a Cemig deve aportar R$ 640 milhões na ampliação de ativos. Com isso, serão adicionados 125 MWp, o que dobra a atual capacidade operacional da companhia. De 2019 a 2022 foram investidos R$ 175 milhões na compra de ativos e R$ 70 milhões na fase de fechamento de operação para novas usinas.
Nova estratégia
Além de R$ 3,2 bilhões em GD, a projeção de aportes de R$ 42,2 bilhões contemplará outros cinco setores. São eles: distribuição de energia, com R$ 18,4 bilhões; transmissão, com R$ 3,5 bilhões; gás natural, com R$ 2,3 bilhões; e inovação e TI, com R$ 1,4 bilhão. O montante total supera os R$ 22,5 bilhões anunciados pela Cemig para o período de 2021/2025.
Conforme Passanezi, o novo planejamento reforça a estratégia de concentrar os investimentos em Minas Gerais e nas principais áreas de negócios da Cemig. Segundo ele, a companhia reverteu o antigo plano de investir em empreendimentos fora do Estado e deixou de ser acionista de várias empresas, como a Light e a Renova Energia, em um processo de desinvestimento. Em janeiro de 2019, eram 191 participações em sociedades, hoje são 55.
“De 2009 a 2018, a Cemig investiu fora de Minas R$ 34,1 bilhões. É muita coisa. Vale lembrar que a empresa valia R$ 10 bilhões, ou seja, investimentos três ‘Cemigs’ em participações minoritárias, sem controle, fora do Estado. Isso significa um caixa que ia embora da companhia e que não ficava para fazer investimentos necessários na rede. E deixamos de investir no nosso mercado principal, no qual só investimos R$ 1 bilhão. Infelizmente, esses R$ 34,1 bilhões não geraram valor, pelo contrário, eles destruíram valor. Por isso, a nossa estratégia é ‘focar em Minas e vencer’”, ressaltou.
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