Economia

Indústria de Minas vê oportunidade de ampliar exportações na nova era Trump

Apesar das incertezas, o setor industrial de Minas Gerais acredita que esse novo período nos EUA pode abrir portas para as exportações nacionais
Indústria de Minas vê oportunidade de ampliar exportações na nova era Trump
Foto: Carlos Barria/Arquivo/Reuters

Donald Trump tomou posse como presidente do Estados Unidos nesta terça-feira (20) e a sua segunda gestão teve início com novas medidas econômicas que podem impactar a economia brasileira, especialmente no âmbito do comércio internacional. Apesar das incertezas, o setor industrial de Minas Gerais acredita que esse novo período nos EUA pode abrir portas para as exportações nacionais. 

Diante deste contexto, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), acredita que o retorno de Trump à presidência dos Estados Unidos pode também gerar oportunidades para empresas brasileiras. Ao longo de sua campanha eleitoral, o republicano prometeu impor tarifas pesadas de importação, em um viés mais protecionista em relação à economia americana.

Essa possibilidade se apresenta como um sinal de alerta para o Brasil, especialmente em relação ao aço, uma vez que, segundo a International Trade Administration (ITA), o País é o 4° maior fornecedor do produto aos Estados Unidos.

No entanto, conforme análise realizada pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiemg, no primeiro governo do presidente Trump houve uma tentativa de sobretaxar importações, mas, em alguns casos foram criadas cotas de exportação que garantiram a continuidade da venda de produtos brasileiros ao País e, em outros, as medidas acabaram sendo revogadas em razão de necessidades próprias do mercado norte-americano.

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“A própria indústria estadunidense passou a pressionar o governo para flexibilizar as medidas protecionistas, o que coloca em cheque a real possibilidade de uma taxação mais agressiva aos produtos exportados pelo Brasil”, comenta a analista de Negócios Internacionais da Fiemg, Verônica Winter. Além disso, ela pontuou que há uma “dependência da indústria estadunidense dos insumos exportados pelo Brasil”, avalia.

Comércio internacional entre Estados Unidos x China

A possibilidade de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China também pode abrir oportunidades para o Brasil, uma vez que produtos brasileiros podem ganhar espaço tanto no mercado chinês quanto no americano. “Com a escalada do conflito comercial, parte da gigantesca demanda desses países pode ser suprida por produtos brasileiros. Para a grande maioria dos produtos, uma pequena parcela do mercado que o Brasil possa tomar destes gigantes, já será um aumento substancial em nossas exportações”, considera.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil – atrás apenas da China. O país norte-americano é destino de 11,97% das exportações brasileiras, ao passo que é responsável por originar 15,46% das nossas importações.

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Fonte: Fiemg

Além da representatividade em números absolutos, deve-se observar a qualidade das exportações brasileiras aos Estados Unidos, onde estão presentes produtos semiacabados (que já sofreram alguma transformação e são matérias-primas para outros produtos), além de aeronaves, máquinas e equipamentos pesados.

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No caso de Minas a expectativa em relação às exportações também é positiva. Entre os principais produtos exportados para os americanos estão café, ferro gusa e ferroligas, que respondem por quase 60% das exportações mineiras ao país.

Em relação ao café, o Brasil é líder mundial, de modo que o volume exportado por Minas Gerais deve manter essa posição ao longo deste ano. Já o ferro gusa brasileiro também se destaca por sua produção sustentável. “Nosso ferro gusa tem baixa emissão de carbono, o que o torna atrativo para empresas americanas que buscam regular suas emissões. E no caso das ferroligas, são insumos indispensáveis para a indústria eletroeletrônica dos EUA”, ressalta Verônica Winter.

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Fonte: Fiemg

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