Economia

Novos mercados fazem Tsea Energia dobrar investimentos nos próximos dois anos

Empresa com plantas na RMBH pretende ampliar suas exportações, principalmente para os Estados Unidos
Novos mercados fazem Tsea Energia dobrar investimentos nos próximos dois anos
Visando ampliar as exportações, Tsea Energia vai realizar os investimentos em suas duas unidades instaladas na RMBH | Crédito: Divulgação/Tsea

Ainda em 2023, a Tsea Energia havia anunciado investimentos de R$ 50 milhões até 2025 em suas duas unidades, em Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Desse montante, R$ 20 milhões já para este ano e R$ 30 milhões no próximo biênio. Mas a abertura de novos mercados para exportação, principalmente para os Estados Unidos, fizeram a empresa aumentar o plano de aportes para R$ 60 milhões em 2024 e 2025. Outros R$ 10 milhões serão para a planta de Curitiba, no Paraná.

O CEO da Tsea, José Roberto Reynaldo, explica que a empresa antes era focada no mercado doméstico, em alguns países da América do Sul e na África do Sul. Depois de passar por um período de reorganização em questões de mercados e clientes, refez seus planos.

“O mercado norte-americano era muito pouco explorado. Nós fizemos um realinhamento da estratégia de buscar de mercados mais competitivos, com dinâmicas de negócios mais constantes e volumes de negócios maiores do que aqueles que vínhamos atuando”, conta.

Em 2021, apenas 15% da produção da Tsea Energia era voltada à exportação para Argentina, Chile, Bolívia e África do Sul. No ano seguinte, com a adição de novos mercados como EUA, Mesomérica, Caribe e Oriente Médio, essa proporção quase triplicou: 40%.

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Este ano, a projeção é que 70% da produção da Tsea seja destinada para a exportação, sendo os Estados Unidos o destino de 60% das exportações.

É por esse grande volume que os investimentos da Tsea dobraram em Minas. “Quando nós fizemos um realinhamento para o mercado americano, nós começamos a reinvestir na nossa empresa, e isso fez que nós ganhássemos um ganho de escala bastante interessante por conta dos investimentos. Foram cerca de R$ 20 milhões nos últimos anos”, disse José Roberto.

O CEO conta que ao longo do ano passado, a base de clientes e o volume de negócios foram ampliadas, e fez a empresa ter uma projeção bastante otimista a ponto de antecipar investimentos. “Tivemos a convicção de que iríamos dobrar o volume de negócios em todos os segmentos. A boa surpresa é que nós vimos que temos que antecipar esses investimentos, que estavam planejados mais adiante, justamente para aproveitar esse bom momento mundial, com investimentos muito grandes, massivos até, em energia e distribuição de energia”.

Ele explica que o mercado de energia e geração distribuída é uma tendência que veio para ficar, com fazendas de energia fotovoltaica próximas aos grandes centros urbanos, carros elétricos, aumento do consumo residencial e do armazenamento de energia, como no caso do hidrogênio verde. “No Brasil se fala muito pouco disso, mas principalmente no mercado americano, já é uma realidade. São segmentos de negócios que ganham cada vez mais importância e relevância e fez com que antecipássemos investimentos para atender e aumentar nossa capacidade de produção. Pretendemos crescer de 20% a 30% nos próximos três anos. Para atender esse mercado, preciso estar preparado”, afirma.

O CEO conta que até por conta dessa antecipação, os novos investimentos para o biênio 2024/2025 serão feitos com recursos próprios, sem financiamentos em um primeiro momento. As linhas de financiamento com bancos de desenvolvimento podem demandar certo prazo para liberação dos recursos. Anteriormente, os investimentos foram feitos com apoio da InvestMinas. “Buscamos hoje linhas de financiamento com a Finep, BNDES e BDMG. Mas neste momento, estamos tão convictos que esses investimentos são importantes, que vamos investir com nossos próprios recursos, não vamos esperar”, disse.

Tsea Energia aposta em novos nichos

Com experiência de 35 anos nesse mercado, José Roberto Reynaldo entende que o setor tem períodos de expansão e de normalidade. Mas agora surgem investimentos em segmentos que antes não eram tão impactantes para o setor, como na qualidade e distribuição de energia, o que dá outra perspectiva. “Não é um movimento de expansão e acomodação, mas é um novo patamar de negócios que deve se manter perene nos próximos dez anos. Isso tudo anima todo o setor a investir nas operações, aumentando a capacidade de produção e distribuição, porque é um segmento que vai crescer com certeza. Nossa análise de mercado nos anima a investir e nos preparar para o que está por vir”, fala.

Reynaldo explica que o mercado dos EUA está nos planos | Crédito: Divulgação/Tsea

Recentemente anunciado pelo governo federal, o Plano de Transição Energética também é mais um fator destacado pelo CEO para aumentar as expectativas, com a substituição de fontes de energia em combustíveis fósseis para renováveis. “Isso deixou de ser uma tendência verde para ser um fato que acontece em nível mundial, até porque essas questões relativas à extração de petróleo, é sabido que tende a diminuir e tem que existir outras fontes sem serem tão poluentes. As empresas estão cada vez mais conscientes em relação a isso, de fato preocupadas com o futuro, então isso anima investidores a investir em fontes e acelerar essa transição”, finaliza.

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