Viagens corporativas movimentam cadeia produtiva em Minas Gerais

O turismo corporativo segue ganhando cada vez mais espaço em Minas Gerais, impactando diretamente toda a cadeia produtiva local. Além de movimentar a economia graças aos eventos, cursos e reuniões, os deslocamentos feitos no tempo livre também estariam beneficiando o setor de comércio e pontos turísticos nas cidades.
Os dados constam no primeiro levantamento sobre o tema, realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG). A pesquisa indica que, atualmente, os turistas que viajam a negócio gastam em média R$ 500 por pessoa no tempo livre em uma viagem de três dias.
Ao analisar as atratividades favoritas dos viajantes, o levantamento mostra que os restaurantes despontam como o principal destino para 27% dos mineiros. Em seguida, pontos turísticos (25%) e lojas para compra de produtos locais (18%) completam o pódio dos mais citados. Apenas 13% optam por ficar apenas no hotel durante o período de estadia.
Um dos contextos citados que pode ter contribuído para a expressividade do turismo de negócios é a demanda reprimida por lazer durante o período da pandemia. De acordo com o economista da FCDL-MG, Vinícius Carlos Silva, desde o fim das restrições em decorrência da pandemia, as pessoas querem conhecer novas cidades e o tempo livre durante as viagens de trabalho são uma alternativa.
O economista acrescenta que, aliado a isso, Minas Gerais está em alta com relação às atratividades turísticas, que por muito tempo eram pouco divulgadas. Cidades antes menos movimentadas como São Lourenço, no Sul do Estado, agora passam por cenários positivos.
Mais da metade das viagens são para capacitação
Além de apresentar as atratividades preferidas para o turismo de negócios, o levantamento da FCDL-MG também mostra o motivo desses deslocamentos. Mais da metade (56,3%) das viagens corporativas são com o intuito de capacitação, seguido por participação em reuniões (23%) e visitas em feiras de negócios (19,5%).
Essas viagens, segundo o economista, refletem a busca pelo conhecimento aliada ao desejo de conhecer os lugares, um investimento conjunto entre empresa e trabalhador. “Durante essas viagens, notamos que os entrevistados não abrem mão de gastar seus próprios recursos para aproveitar a estadia e isso contribui diretamente para dar ritmo à economia da cidade, gerando mais empregos, renda e desenvolvimento”, avalia.
Para os próximos meses, apesar do cenário econômico exigir cautela, o economista considera que o turismo corporativo no Estado seguirá em franca expansão e cabe aos organizadores dos eventos e também ao poder público se unirem para aproveitar ao máximo a estadia dos visitantes. “Ao aproveitar ao máximo a vocação turística das cidades, a tendência é de um aumento expressivo nas viagens. Toda a cadeia produtiva ganha, além de gerar emprego e renda para a população”, finaliza.
Ouça a rádio de Minas