Turismo cresce 4,5% em 2024 em Minas Gerais, acima do índice nacional

O índice de atividades turísticas da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta quarta-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), aponta para a expansão do turismo em Minas Gerais. No ano passado, o setor cresceu 4,5% em 2024, índice maior que o nacional, que foi de 3,5%.
Quando comparados apenas o mês de dezembro do ano passado com dezembro do ano anterior, o crescimento foi ainda maior: 5,6%.
O secretário de Estado da Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), Leônidas Oliveira, ressalta que, há três anos, o Estado cresce no setor de turismo acima da média do País.
“É mais do que acima da média nacional. Nós crescemos mais do que todos os estados do Brasil. Estamos há 32 meses na liderança desse crescimento, com exceção do mês de abril do ano passado, que perdemos para a Bahia em 0,1%”, comentou.
Ele atribui o crescimento a todo o trabalho de divulgação que o governo de Minas tem feito no Brasil e no exterior para atrair turistas para o Estado. Além de campanhas em televisão, portos e aeroportos, a Secretaria de Cultura e Turismo tem participado de feiras nacionais e internacionais divulgando Minas Gerais com estande próprio e fazendo negócios com operadores.
De acordo com o secretário, só no ano passado, a Secult participou de 26 feiras nacionais e internacionais.
“O volume de negócios por feira gira em torno de R$ 40 milhões, e esses negócios reverberam na vinda de turistas e investidores. Foi com uma feira que trouxemos o Vila Galé, por exemplo”, comentou.
O secretário também pontua o desenvolvimento do Carnaval tanto de Belo Horizonte quanto do Estado. Em 15 anos, desde que o Carnaval começou na Capital, a cidade já possui a maior ocupação hoteleira da história.
“Em 2023 a ocupação foi de 65% e, em 2024, de 80%, isso com dados da apuração pós-Carnaval. Hoje, antes do Carnaval, nós já estamos com a ocupação de 90% da rede hoteleira do Estado. É incrível”, comemorou.
Para o IBGE o crescimento das atividades turísticas em todo o Brasil foi impulsionado, sobretudo, pelos aumentos de receita obtidos por empresas dos ramos de:
- restaurantes;
- transporte aéreo de passageiros;
- serviços de reservas relacionados a hospedagens;
- serviços de bufê;
- espetáculos teatrais e musicais;
- agências de viagens.
Transporte de carga recua 2,3% no País em 2024
A pesquisa Mensal de Serviços aponta ainda um indicador especial de transporte por tipo de uso: passageiros e carga. No confronto dos dados acumulados no ano passado (2024) com o ano imediatamente anterior (2023), o transporte de passageiros em todo o País mostrou expansão de 2,8%, enquanto o de cargas recuou 2,3% no mesmo intervalo investigado.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, comenta que o recuo atingiu o setor de cargas como um todo, com exceção das cargas fracionadas, ou seja, aquelas provenientes das vendas do e-commerce.
“Esse segmento cresceu muito depois da Covid, e as compras estão com entregas cada vez mais rápidas e mais seguras”, assegurou.
No caso das cargas em geral, aquelas que movimentam grandes volumes, o setor retraiu. “O setor siderúrgico recuou e a safra do agronegócio em 2024 não teve volume. As movimentações ficaram abaixo das esperadas, além de ter tido uma mudança logística das exportações que se transferiram para o “Vetor Norte/Nordeste” [para os portos do Maranhão e do Pará], que melhoraram as instalações”, afirmou o presidente do Setcemg.
Ele explica que os estoques em função da alta dos juros também foram reduzidos, impactando diretamente o volume das movimentações de cargas. “Além disso, na carga geral houve um pequeno aumento na participação de outros modais como o ferroviário e o marítimo/fluvial”.
O desempenho ruim não reduziu, entretanto, a expectativa de melhora do desempenho do setor. “Para este ano, estamos esperando uma safra melhor, uma movimentação maior de insumos e a retomada de estoques que, aliados à necessidade de correção nos preços de fretes, devem contribuir para um ano melhor”, concluiu.
Em matéria recente sobre o setor no Diário do Comércio, o presidente do Setcemg havia estimado um crescimento entre 5% a 10% para o setor, muito esperado pelas margens de lucro maiores.
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