Economia

Uberaba atrai R$ 5,5 bilhões em investimentos e mira gasoduto

Desde 2021, mais de 70 empresas se instalaram no município; canalização de gás pode sair do papel
Uberaba atrai R$ 5,5 bilhões em investimentos e mira gasoduto
O Distrito Industrial III, na cidade de Uberaba, pode ser fortalecido no projeto da construção do gasoduto | Crédito: Prefeitura de Uberaba/Divulgação

Apesar das intempéries causadas pela pandemia de Covid-19, Uberaba, no Triângulo Mineiro, conseguiu atrair R$ 5,5 bilhões em investimentos privados entre 2021 e os primeiros meses deste exercício. Desde então, mais de 70 empresas de diferentes portes e segmentos se instalaram no município, o que também impulsionou a geração de emprego e renda na cidade.

De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, ao todo, foram 12.474 postos de trabalho criados. Apenas em 2021, o saldo foi de 5.754, em 2022 a cidade somou 4.253 empregos e nos quatro primeiros meses deste exercício, 2.467.

“Estamos entre os primeiros municípios em termos de geração emprego em Minas Gerais. No acumulado dos últimos anos foram mais de 70 empresas atraídas para o município e bilhões em investimentos. Esses números são atípicos diante da realidade econômica do País e atribuo os resultados à retomada da confiança e da credibilidade dos investidores. Os empresários estão enxergando os esforços da gestão municipal para a criação de um ambiente próspero para os negócios”, afirma a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade).

Na esteira desses esforços está uma série de iniciativas que a prefeitura tem realizado para viabilizar a construção de gasoduto em Uberaba. O projeto é esperado por empresários e população há anos, mas nunca saiu do campo das discussões.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Gasoduto segue nos planos da prefeitura de Uberaba

Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO no fim de 2022, a prefeita alegou que nunca parou de trabalhar por sua implantação. Agora, mais recentemente, o projeto voltou a ganhar notoriedade, inclusive, em âmbito federal. Em fevereiro, a equipe levou o assunto ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). E, em março, o governo anunciou a criação de um programa para aumentar a competitividade do setor de gás natural do País, bem como um grupo de trabalho para tratar do assunto.

Trata-se do Programa Gás para Empregar. “Um programa que visa o processo de reindustrialização nacional através do gás, não só o gás do pré-sal, mas de todas as petroleiras. A garantia de suprimento de gás natural a longo prazo é determinante nas decisões de investimentos em novas plantas industriais de diversos setores intensivos no consumo de gás natural. Uma política bem elaborada e efetiva de aumento do fornecimento de gás natural tem potencial de elevação do emprego, renda e segurança energética e alimentar para a nossa população”, afirmou o ministro Alexandre Silveira, à época.

Segundo projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a iniciativa pode atrair investimentos de até R$ 94,6 bilhões para o País até 2032. A expectativa do governo é empregar os valores principalmente em unidades de fertilizantes nitrogenados e outros químicos, gasodutos de transporte de gás natural, unidades de processamento e em rotas de escoamento offshore.

Prefeita Elisa Araújo quer fortalecimento do Distrito Industrial III | Crédito: Leonardo Morais

Anderson Adauto é interlocutor com governo federal

Neste sentido, o ex-ministro e ex-prefeito de Uberaba, Anderson Adauto, integra o grupo de trabalho – denominado Coalizão pela Competitividade do Gás Natural Matéria-Prima. E tem sido o interlocutor entre a administração local com o governo federal acerca do pleito do gasoduto.

De acordo com a prefeita, Adauto está trabalhando com a prefeitura em vistas ao fortalecimento do Distrito Industrial III, dentro do projeto de viabilização do gás. Segundo ela, uma das possibilidades é a instalação de uma termelétrica. E já existe um grande grupo, que demonstrou interesse na instalação.

“Com o gás iremos ganhar ainda mais autonomia e atrair investimentos para a cidade. Mas é um projeto que já gerou muita expectativa e agora nosso foco é acelerar as tratativas. Para viabilizá-lo, é necessário um investimento alto e estamos trabalhando em duas direções. Uma via governo federal, para que se adote uma política mais acessível. E outra para atrair as chamadas empresas âncoras, ou seja, que empresas que vão, de fato, consumir esse gás, de maneira a justificar o empreendimento”, explicou.

Em relação ao Distrito Industrial III, que já possui um perfil voltado para fertilizantes, Elisa Araújo complementou que a ideia é transformar o local em um polo gás-químico. A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) trabalha na empreitada com a prefeitura.

“Estamos em conversa com uma termelétrica e com empresas de desenvolvimento de fertilizantes e áreas afins. Mas lembro que tudo isso passa por uma política de gás nacional e o governo federal já deu indícios de que caminha nessa direção”, concluiu.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas