Economia

‘Capital da IA’: Uberlândia projeta R$ 20 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos

Ainda neste mês, cidade deve articular com Governo de Minas a chegada do segundo data center
‘Capital da IA’: Uberlândia projeta R$ 20 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos
Uberlândia é conhecida como a capital do Triângulo Mineiro. | Foto: Divulgação/ Prefeitura de Uberlândia

Após anunciar o maior investimento privado da história do município, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, vislumbra o futuro a partir da inovação e tecnologia. Nos próximos quatro anos, a cidade estima receber R$ 20 bilhões em investimentos, que devem projetar a cidade como “capital nacional da Inteligência Artificial”.

Além da inovação e tecnologia, os aportes bilionários também se concentram nos segmentos de agronegócio e comércio: vocações que protagonizaram o desenvolvimento do município nos últimos anos. As informações foram reveladas pelo prefeito de Uberlândia, Paulo Sérgio Ferreira (PP) ao Diário do Comércio.

Apenas em 2025, os investimentos privados na cidade ultrapassaram R$ 10 bilhões, com geração de 26 mil vagas de emprego formais. O ano também é marcado pelo anúncio de R$ 6 bilhões em investimento da empresa norte-americana RT-One para construção de um data center voltado para Inteligência Artificial – o maior aporte privado da história de Uberlândia.

Prefeito Paulo Sérgio Ferreira
Prefeito Paulo Sérgio Ferreira (PP): apenas em 2025, investimentos privados na cidade ultrapassaram R$ 10 bilhões | Foto: Divulgação / Secretaria de Comunicação – PMU

Ainda neste mês, o gestor municipal projeta dar continuidade às novidades, especialmente no campo da tecnologia, com a chegada do segundo data center na cidade. Nos próximos dias, segundo ele, haverá uma reunião com o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, para tratar do assunto, que deve ser anunciado nos próximos meses.

A expectativa é que os novos investimentos fomentem a cadeia produtiva tecnológica na região, que já conta com startups como Split Risk (seguradora digital), NeoSpace (serviços financeiros) e Kanastra (serviços financeiros), além de espaços dedicados ao aprendizado. Hoje, a cidade possui 8 centros de formação profissional especializados e amplia vagas e cursos nas principais universidades públicas da região, com aulas de IA e robótica para qualificação da mão de obra local.

“Uberlândia quer ser o celeiro de mão de obra de IA para o mundo e daqui a 4 anos esperamos o reconhecimento oficial de “capital nacional da Inteligência Artificial”, destaca.

Segundo Ferreira, parte do êxito na atração de negócios voltados para tecnologia é resultado de investimentos no setor público voltados para a digitalização de processos e celeridade na aprovação de projetos. Os novos negócios também estão presentes em outros setores, como o imobiliário, que prevê nos próximos anos, pelo menos R$ 3 bilhões em aportes das construtoras MRV, Perplan e Pacaembu.

“Nenhum desses investimentos contam com recursos públicos, como doação de terrenos, sendo 100% privados. Nosso maior diferencial está na aprovação de projetos, e licenciamentos”, acrescenta.

Desafio da energia: em sete anos, cidade precisa do dobro de subestações para suportar crescimento

A disponibilidade de recursos, um dos atrativos-chave para empresas, especialmente voltadas à Inteligência Artificial, é um dos potenciais em Uberlândia. Em água potável, o gestor municipal garante que a cidade se destaca, tanto em volume, quanto em preço, sendo considerada uma das mais baratas do Brasil.

Em energia, o município conta atualmente com 4 subestações da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), com previsão de construção de 2 novas instalações, uma no bairro Canaã e outra nas proximidades do aeroporto. Em até 2 anos, a expectativa é que a cidade amplie em 50% a oferta de energia, garantindo abastecimento, especialmente às empresas que dependem fortemente da estabilidade da matriz.

Para os próximos anos, a cidade articula junto à companhia novas ampliações para atender o crescimento dos negócios. “Mesmo com ampliação prevista de 50% na capacidade energética, precisamos, em 7 anos, do dobro de subestações para suportar o crescimento dos projetos contratados”, conclui o prefeito.

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