UFMG recebe aporte de R$ 25 milhões para pesquisa microscópica

O Centro de Microscopia (CM), da UFMG, receberá um investimento de R$ 25 milhões. Inscrito no programa de recursos da Financiadora de Estudos e Pesquisas (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a universidade, com o centro multidisciplinar, foi aprovada em edital do ano passado, entre outros 21 órgãos, para receber o aporte.
O valor repassado pela Finep será utilizado para a aquisição de novos instrumentos que ampliará o espectro da pesquisa local, além de incentivar o aumento do número de pesquisadores que utilizam o CM.
Segundo o vice-diretor do CM, Wagner Rodrigues, um dos equipamentos é inédito no Brasil.
”Vamos comprar um novo microscópio de alto nível, que vai se somar a um que já está em atividade há 18 anos. O outro instrumento é inédito tanto na UFMG quanto no Brasil: é um ToF-SIMS [Time of flight – Secondary ion mass spectometry]. Trata-se de um microscópio de massa com resolução de 80 nanômetros lateral e sensibilidade de até uma parte por milhão, ou seja, é capaz de detectar substâncias em nível molecular”, detalha Rodrigues.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
A aquisição do ToF-SIMS era almejada desde 2014, como um equipamento fundamental para pesquisas com elementos que só podem ser identificados por meio da espectrometria de massa.
Agora, a universidade poderá trabalhar com pesquisas de lítio, por exemplo, que não é detectado por métodos tradicionais e está muito em voga por conta das baterias feitas com esse elemento.
O vice-diretor também acredita que a nova máquina pode ser um “divisor de águas” no atendimento a pesquisas de biotecnologias.
A instalação multiusuária de pesquisa brasileira, que funciona desde 2006, tem caráter multidisciplinar, o que a diferencia das demais unidades de microscopia do país.
Com pesquisadores biólogos, farmacêuticos, veterinários, físicos, químicos, engenheiros, geólogos, entre outros de diferentes áreas do conhecimento, o CM atende a comunidade interna da UFMG e também de outras instituições.

O aporte também vem ao encontro do objetivo de aumentar o número de pesquisas e cientistas trabalhando no Centro. Com aproximadamente 1,3 mil usuários, a expectativa é aumentar este número.
É o que diz o vice-diretor do CM, que ainda comenta o número de estudantes e pesquisas realizadas.
“Este número é sem considerar estudantes, cuja passagem é efêmera. Incluindo o corpo discente, o nosso número de usuários subiria para cerca de 3 mil pessoas”, estima Rodrigues. “Anualmente, o CM realiza de 250 a 300 projetos diferentes, totalizando cerca de 10 mil horas de microscopia anuais”, completa.
A estrutura atual do centro permite que, além de atender a capital mineira e a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), pesquisadores de todo o país, e também do mundo, sejam contemplados ao utilizar o espaço para realizar suas atividades.
Ainda é possível fazer sessões remotas de análise microscópica, durante as quais a tela do microscópio pode ser compartilhada com o pesquisador, que precisa apenas enviar a amostra que será analisada.
O vice-diretor estima que a ampliação da estrutura do CM é um marco essencial para que o espaço alcance posição de maior destaque no parque científico nacional e, até mesmo, internacional.
“A aquisição desses novos equipamentos inaugura novas vias para o desenvolvimento de pesquisas da UFMG no Brasil, podendo aumentar ainda mais o interesse de outras instituições em desenvolver trabalhos utilizando a nossa estrutura. São instrumentos que chegam para confirmar o CM como um centro de excelência multiusuário em microscopia e microanálise no Brasil, capaz de contribuir para a qualidade da pesquisa, para a formação de recursos humanos de alto nível e para o desenvolvimento de novas tecnologias”, garante.
*Estagiária sob supervisão da edição
Ouça a rádio de Minas