Polo têxtil cresce além do esperado

Com um final de ano positivo para o setor, o polo têxtil de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, fechou 2022 com um crescimento além do esperado. A informação é do presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Mauro Célio de Melo Júnior. Segundo ele, as empresas cresceram cerca de 10% em relação a 2021.
O aumento apurado também é superior ao estimado anteriormente pelo diretor do Sinvesd José Francisco Martins. Em setembro, ele havia afirmado ao DIÁRIO DO COMÉRCIO que a expectativa do setor era terminar o ano com alta de 5%. Um dos motivos foram os bons resultados obtidos no primeiro semestre. No período, o crescimento médio foi equivalente ao registrado em 2019, época anterior à pandemia – que reprimiu o consumo por itens de vestuário.
Naquela ocasião, Martins havia dito que ainda que as vendas não eram um fator problemático para o polo de Divinópolis e que, inclusive, estavam indo “muito bem por sinal”. O obstáculo era referente à produção, afetada pela escassez de mão de obra qualificada na região. A dificuldade também foi relatada pelo presidente do Sinvesd.
“Em média, a contratação de pessoal teve um crescimento de 10%. É claro que o que atrapalhou um pouco foi a produção, pois nós vínhamos de dois anos de pandemia na qual, infelizmente, perdemos muita mão de obra. Mas mesmo assim, conseguimos ter um crescimento até acima do planejado”, afirma Mauro Júnior.
A falta de trabalhadores capacitados para suprir a demanda inclui costureiras, arrematadeiras, passadeiras, estilistas, modelistas e várias outras funções em distintas áreas do polo. Para que o problema seja solucionado, o Sinvesd vem realizando cursos especializados e a perspectiva é de avanço neste ano.
A Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), além do Sicoob Divicred e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), vêm patrocinando cursos nos quais as costureiras realizam gratuitamente e já saem empregadas.
“O ano de 2023 começa com muita expectativa de melhora. Temos um curso de novas costureiras, no qual formamos 46 pessoas no ano passado. Para este ano, já estamos com os cursos fechados até dezembro e pretendemos formar mais 80 costureiras, ajudando o polo de Divinópolis a aumentar a produção e, consequentemente, as vendas”, destaca.
“E também com esse novo governo, a nossa esperança é de dar um aquecimento no mercado. O nosso mercado de roupas é muito afetado, por exemplo, pela China. Porém, a nova abertura no Brasil todo para produtos internos, tem nos favorecido. O pessoal não tem conseguido muito fazer importação”, salienta.
Além da venda interna, Mauro Júnior diz que algumas empresas, principalmente da área de confecções de biquíni, já realizam exportações. “Talvez hoje seja o setor que mais exporta por aqui. Isso também traz um bom resultado para elas [empresas], porque com o dólar em alta, elas conseguem uma maior vantagem financeira”, conclui.
Polo da Moda
Divinópolis é nacionalmente reconhecida como expoente do setor têxtil do Estado. Em 2018, a cidade também foi promulgada sede do “Polo da Moda”, que engloba ainda municípios vizinhos como São Sebastião do Oeste, Itapecerica, Pedro do Indaiá, Candeias, entre outros.
Atualmente, o setor de confecção da região possui aproximadamente 600 CNPJS ativos. Já o sindicato que representa as indústrias do polo tem cerca de 186 filiados. O fomento ao desenvolvimento dos municípios é contínuo e a atividade emprega cerca de 25 mil pessoas, entre vagas diretas e indiretas.
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