Unifei inaugura Centro de Hidrogênio Verde e pretende replicá-lo

A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) inaugurou, na quinta-feira (28), um Centro de Hidrogênio Verde (CH2V), no campus de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, que objetiva, sobretudo, apoiar as indústrias na transição energética e descarbonização de seus produtos e operações. A instituição acadêmica agora pretende replicar o laboratório na unidade de Itabira, na região Central do Estado, e está em busca de recursos para o desenvolvimento do projeto.
Conforme o reitor da Unifei, Edson da Costa Bortoni, a inauguração contemplou a primeira fase do empreendimento, destinada à realização de pesquisas que auxiliarão as empresas no processo de mudança para o uso do combustível limpo. Já a segunda etapa, que se destina a geração de hidrogênio verde por eletrólise, armazenamento em diferentes pressões e abastecimento de veículos livre de emissões de carbono, está prevista para ser inaugurada em março de 2024.
Antes disso, entre janeiro e fevereiro, os eletrolisadores que serão utilizados na produção do Centro de Hidrogênio Verde e que serão entregues em dezembro deste ano passarão por instalações e testes em comissionamento. A empresa alemã Neuman & Esser (NEA) e sua subsidiária Hytron – Energia e Gases – são as responsáveis por fornecer os equipamentos.
Com aporte de cerca de R$ 25 milhões do governo da Alemanha, o CH2V faz parte do projeto H2Brasil, que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, iniciativa que visa auxiliar a expansão do mercado de hidrogênio no País. Nesse sentido, Bortoni destaca que as perspectivas são animadoras para o empreendimento e que Itajubá, por meio da Unifei, pode se tornar um polo de referência brasileiro na produção e uso do combustível verde.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
“Entendemos que na busca pela descarbonização dos produtos, redução dos efeitos das mudanças climáticas e diminuição do aquecimento global, o hidrogênio tem um papel muito importante exatamente porque não vamos mais depender do carbono. Não vamos mais utilizar combustíveis fósseis. Nós utilizamos, principalmente, em veículos, já que a nossa geração de energia elétrica é, em sua maioria, renovável. Mas tem países que utilizam carvão, gás e óleo diesel”, afirmou.
“Então queremos trabalhar nisso: na descarbonização dos produtos. E as perspectivas é de que isso é muito significativo para a gente, ou melhor dizendo, é a inserção de Minas nesse processo, através da Universidade Federal de Itajubá”, completou, citando a importância da presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), na inauguração, e ressaltando que seria relevante o comparecimento do governador Romeu Zema (Novo) na entrega da segunda fase.
Projeto em Itabira seria voltado para mineradoras e siderúrgicas
O reitor também disse à reportagem que está nos planos da Unifei construir outro centro de hidrogênio verde e, dessa vez, no campus de Itabira. O empreendimento, segundo ele, seria construído nos mesmos moldes do de Itajubá, no entanto, voltado para atender e beneficiar mineradoras e siderúrgicas, uma vez que a região conta com diversas empresas dos dois setores.
De acordo com Bortoni, para que o projeto saia do papel, a Unifei está atrás de recursos financeiros. Ele enfatiza que as companhias de mineração seriam beneficiadas, pois usam diversos veículos na operação e a iniciativa poderia descarbonizar esse processo. O reitor ainda destaca que o novo CH2V seria capaz de eliminar as emissões de carbono na produção de aço.
“O minério de ferro é composto de ferro e oxigênio. E quando a gente quer produzir o aço, não queremos oxigênio, somente o ferro. Então, a captura desse oxigênio, normalmente, é feita com a injeção de carbono e ao capturá-lo, CO2 é lançado na atmosfera. Isso não é interessante ambientalmente. Uma maneira de fazermos essa captura é injetando hidrogênio, porque ele se liga ao oxigênio e resulta em água. É uma maneira de descarbonizarmos a siderurgia”, explicou.
Ouça a rádio de Minas