Usiminas chega a acordo de proposta salarial

A discussão em torno da proposta salarial da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) chegou ao fim. Os empregados da siderúrgica aprovaram nessa quarta-feira (19), em assembleia em Ipatinga, no Vale do Aço, a nova proposta salarial da empresa, apresentada na última semana em audiência no Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG).
O reajuste salarial proposto pela Usiminas – e aprovado pelos empregados – é de 5,2%, equivalente à variação acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses até outubro (4,6%), com um de aumento real de 0,6%, que é 0,03% superior ao último aumento real oferecido.
Além disso, o valor do vale-alimentação (VA) terá um aumento de 20%, com uma recarga única no mesmo valor (R$ 600). O piso salarial de R$ 1.942,60 também subiu para R$ 2.169,20.
A nova proposta veio após a siderúrgica entrar com um pedido de dissídio coletivo no TRT-MG e depois de sucessivas rejeições das propostas salariais pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região (Sindipa). A assembleia contou com a votação de 2.100 empregados e a aprovação foi de 72,5%.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Anteriormente, os trabalhadores da siderúrgica pleitearam um aumento real de 7% nos salários e dobrar o valor do VA recebido atualmente, de R$ 500. Os funcionários da Usiminas, da Usiroll e Usigal chegaram inclusive a aprovar a implementação do estado de greve e ameaçaram paralisar atividades.
- Leia também: Usiminas diz que impactos diretos de ‘tarifaço’ dos EUA serão pequenos, mas teme impactos indiretos
O presidente do Sindipa, Geraldo Magela, lamentou o resultado da assembleia e afirmou que não haverá greve motivada por reivindicação salarial, mas que a campanha salarial continuará nas empresas terceirizadas da Usiminas. “A proposta é muito ruim, mas os trabalhadores pressionados pelas empresas acabaram aprovando”, disse.
Em nota, a Usiminas declarou que a aprovação do acordo coletivo “demonstra o entendimento dos colaboradores em relação ao cenário no qual a empresa está inserida”.
A siderúrgica afirma ainda que a proposta salarial “está entre os maiores valores negociados no mercado do aço nacional”, em meio aos desafios enfrentados pela crescente importação de aço.
Vale lembrar que, há cerca de um ano, a siderúrgica desativou o alto-forno 1 e demitiu mais de 100 pessoas na planta de Ipatinga em virtude da concorrência com a importação de aço da China. Na época, a empresa não descartou o risco de desligar o alto-forno 2 e demitir novos funcionários.
A Usiminas projetou encerrar 2024 com investimento de R$ 1,1 bilhão e investir cerca de R$ 1,7 bilhão em 2025, entre projetos como reforma da Coqueria 2, nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3 e um novo gasômetro.
Ouça a rádio de Minas