Usiminas deve abafar alto-forno em Ipatinga nas próximas semanas

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) decidiu interromper a produção do alto-forno 1, da planta de Ipatinga, no Vale do Aço. E, embora a companhia ainda não tenha definido uma data, o abafamento do equipamento deve começar ainda neste mês ou no início do ano que vem. A decisão de paralisá-lo é atribuída à alta importação de aço no País, sobretudo, da China.
A informação é do CEO da Usiminas, Marcelo Chara. O executivo concedeu uma entrevista à imprensa nesta segunda-feira (11) e disse que a siderúrgica não consegue manter a operação dos três alto-fornos com a atual situação do mercado. Para ele, a concorrência com a China é desleal e medidas devem ser tomadas para conter o “tsunami” de aço “subsidiado” que invade o País.
“Várias empresas já anunciaram que paralisaram investimentos, ajustaram produção e demitiram funcionários. Isso é consequência de termos uma ‘invasão sem freio’ de aço, sem nenhuma motivação para pará-la. A importação em igualdade, correta e competitiva, estamos acostumados. É um setor de altíssimo nível e competitividade. O problema é quando é injusto, desleal, subsidiado e, absolutamente, incomparável em condições com as quais produzimos”, enfatizou.
Chara pediu isonomia para o setor. O presidente da Usiminas frisou que o pleito das siderúrgicas junto ao governo é para taxar a importação em 25%, nada menos nem mais do que isso, ou seja, o mesmo percentual adotado por 27 países da União Europeia, além dos Estados Unidos e México, para barrar a entrada massiva de aço nas regiões. Mesmo após meses da solicitação e tratativas, ele ressaltou que ainda não há resposta por parte do Executivo federal.
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