Usiminas vai investir R$ 1,7 bilhão na modernização da Coqueria 2 na usina de Ipatinga

Nos próximos quatro anos, a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) fará um investimento de R$ 1,7 bilhão na modernização e reconstrução parcial (pad-up) da bateria 4 da Coqueria 2 da usina de Ipatinga, no Vale do Aço. Serão investidos cerca de R$ 80 milhões em 2026, e o restante será diluído até 2029, quando a bateria 4 entrará em operação.
O objetivo do aporte é aumentar a capacidade produtiva de coque e gás de coqueria, assim como reduzir a aquisição de coque de terceiros. O anúncio do projeto foi divulgado em fato relevante pela produtora de aços planos nesta sexta-feira (25).
“Este investimento possibilitará aumentar a eficiência do uso de combustíveis nos altos-fornos, a competitividade e a otimização energética da usina”, disse o CEO Marcelo Chara, em conferência com analistas sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre.
“A bateria adicionará uma capacidade de produção de mais de 500 mil toneladas de coque, o que permitirá, dependendo da configuração produtiva e da situação do mercado, alcançar a autossuficiência ou manter baixa exposição ao coque de terceiros”, complementou o vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Thiago Rodrigues.
Segundo ele, o projeto é altamente rentável e traz uma importante redução de custos para a empresa em virtude da qualidade do coque que será consumido no alto-forno 3. Ao produzir coque ao lado do forno, evita-se o desgaste que o material sofre quando vem de terceiros. Isso resulta em uma melhora do fuel-rate (carga de combustível utilizada no equipamento), gerando uma diminuição expressiva nas despesas.
Vale destacar que a bateria 3 da Coqueria 2, a única em operação no momento, está passando por reformas desde fevereiro de 2024, com previsão de conclusão para o próximo ano. Com investimento de aproximadamente R$ 950 milhões, as obras visam justamente aumentar o volume de produção de coque próprio, além da vida útil do equipamento.
Empresa reduz projeção de investimento para 2025
Por outro lado, a Usiminas reduziu a projeção de investimentos para 2025. A siderúrgica prevê encerrar o ano com um capex de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. A estimativa divulgada anteriormente era de que o montante ficasse entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão.
De acordo com Rodrigues, o ajuste de R$ 200 milhões decorreu de uma eficiência no processo de contratação de mão de obra e de gestão e execução dos projetos. O vice-presidente de Finanças enfatizou que não houve cancelamento ou postergação, mas sim uma reprogramação e redução de custos de projetos em curso ou aprovados.
Vale lembrar que o capex da Usiminas na primeira metade do ano chegou a R$ 553 milhões, sendo 87% do valor aplicado em siderurgia e 13% em mineração. Foram investidos R$ 289 milhões entre janeiro e março, e R$ 334 milhões nos três meses seguintes.
O investimento entre os trimestres aumentou, de acordo com o CFO, em razão de avanços na reforma da bateria 3 da Coqueria 2 e da instalação da nova planta de PCI (Sistema de Injeção de Carvão Pulverizado) do alto-forno 3, prevista para entrar em operação no ano que vem. Ambos os projetos são considerados importantes para reduzir custos e aumentar a competitividade da companhia no médio e longo prazos.
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