Economia

Usiminas diz que impactos diretos de ‘tarifaço’ dos EUA serão pequenos, mas teme impactos indiretos

As exportações de aço do grupo mineiro para os Estados Unidos representaram menos de 2% de todos os embarques nos últimos dois anos
Usiminas diz que impactos diretos de ‘tarifaço’ dos EUA serão pequenos, mas teme impactos indiretos
Crédito: Divulgação/Usiminas

Em linha com o que disseram especialistas, os impactos diretos da tarifa de 25% estabelecida por Donald Trump sobre as importações norte-americanas de aço serão pequenos para a Usiminas, segundo o vice-presidente comercial do grupo, Miguel Homes.

De acordo com ele, as exportações de aço do grupo mineiro para os Estados Unidos representaram menos de 2% de todos os embarques nos últimos dois anos. 

“Nesse sentido, o impacto direto dessa medida para a Usiminas será muito baixo”, afirmou o executivo durante teleconferência para apresentação de resultados nesta sexta-feira (14).

“É importante também lembrar que as exportações de produtos laminados do Brasil para os Estados Unidos somam cerca de 400 mil toneladas e estavam limitadas, até agora, por cotas definidas pelos americanos. Então o impacto para laminados é muito baixo”, ressaltou.

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Embora, diretamente, a Usiminas não deva ser tão afetada, a empresa teme impactos indiretos do “tarifaço” de Trump, visto que a medida atinge outros países produtores de aço, que poderão redirecionar a oferta para o mercado brasileiro. Caso isso aconteça, a siderurgia nacional, que já tem sofrido com recordes de importações, sofreria ainda mais.

“As taxas anunciadas pelos Estados Unidos vão criar um fluxo que, se o Brasil não parar, não será só o aço, mas muitos produtos industriais terminarão impactando a estrutura industrial e gerando perda de empregos no País”, disse o CEO da Usiminas, Marcelo Chara.

Na avaliação dele, é preciso, por exemplo, ajustar o sistema de cota-tarifa e avançar com as medidas preliminares de antidumping. O executivo pontua que é necessário que os demais impactados da cadeia produtiva façam questionamentos para defender a indústria brasileira.

Chara destaca que a Usiminas poderia estar produzindo em plena capacidade, porém, está limitada devido à inundação de aço no País, sobretudo da China, e a preços subsidiados.

Conforme o CEO, a defesa comercial imposta pelo governo brasileiro foi ineficaz e é fundamental que nas próximas semanas o mecanismo seja reajustado para ter resultados, mas também é essencial que outras ações de controle sejam executadas.

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