Usinas devem elevar preços do aço no início de 2024

O aumento dos preços do minério de ferro e do carvão, principais insumos da fabricação do aço, está impulsionando a cotação internacional do produto. O reajuste combinado com o dólar na casa dos R$ 4,90 e um prêmio pouco abaixo de 10% devem contribuir para um arrefecimento das importações. Com custos mais altos e importações menores, a tendência é que as usinas reajustem os preços do aço no Brasil logo no início de 2024. De acordo com o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), a estimativa é que os valores subam de 5% a 6% durante o primeiro bimestre.
Conforme o presidente executivo do Inda, Carlos Jorge Loureiro, com a alta dos preços internacionais e o valor do dólar, a tendência é de arrefecimento das importações de aço.
“O prêmio está pouco abaixo de 10% e a situação atual não encoraja a importação. Temos um dólar a R$ 4,90 e reajuste do carvão e do minério de ferro, que devem se manter firmes nos primeiros meses de 2024. Com um prêmio abaixo de 10%, é muito arriscado importar. É importante lembrar que os contratos fechados agora serão recebidos daqui a cinco meses. Neste período, não se sabe em quanto estará o dólar e o mercado não está muito bom”.
Preços do aço podem subir de 5% a 6% nas usinas
Com a tendência de importações menores, é esperado, então, que haja reajuste por parte das usinas, que seguem com margens apertadas. Loureiro explica que os players do mercado preveem a tonelada do minério de ferro a US$ 130 no primeiro semestre e não há chances do preço do carvão afrouxar.
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“Diante disso e do aperto dos resultados das usinas, a perspectiva de haver alguma queda nos preços do aço, no mercado interno, praticamente desapareceu no curto prazo. Com a tendência de importação pouco mais comprimida e dos maus resultados das usinas, há um movimento de reajustar os preços internos. É possível que isso ocorra no primeiro bimestre, algo em torno de 5% a 6%”, disse Loureiro.
Vendas de aço plano caem em novembro
Ao longo de novembro, as vendas de aços planos, feitas pelas distribuidoras de aço associadas ao Inda, registraram queda de 3,5% quando comparadas a outubro, atingindo o montante de 328,2 mil toneladas, contra 340 mil toneladas. Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram vendidas 290,6 mil toneladas, foi verificada alta de 13%.
Conforme o Inda, as compras também ficaram menores. No período, a queda ficou em 3% frente a outubro, com volume total de 341,6 mil toneladas. Já na comparação com novembro do ano passado, quando as compras somaram 284,0 mil toneladas, o resultado foi uma alta de 20,3%.
“A queda nas vendas ficou um pouco abaixo do estimado, que era de 4%. Com isso, os estoques ficaram um pouco maiores, mas dentro do esperado pelo setor”.
Conforme os dados do Inda, o estoque de novembro cresceu 1,6% em relação ao mês anterior, atingindo o montante de 869,1 mil toneladas. Assim, o giro de estoque fechou em 2,6 meses. “O estoque subiu um pouco, mas, de qualquer, um giro de 2,6 meses é muito bom e está bem controlado. Não existe nenhuma compra especulativa”, disse Loureiro.
Importações
Quanto às importações, conforme os dados do Inda, em novembro, foi registrado aumento de 3,6% em relação ao mês anterior. Ao todo, o volume total foi de 212,0 mil toneladas ante as 204,6 mil toneladas vistas em outubro. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando as importações somaram 156,7 mil toneladas, a alta registrada é de 35,3%.
Nos primeiros 11 meses do ano, as importações cresceram 46%, somando, então, 2,21 milhões de toneladas de aços planos.
“Depois do pico de importações em setembro, muito originário da mudança da cobrança de imposto, o que agilizou a nacionalização do material que estava nos portos, em outubro e novembro, os volumes voltaram aos níveis anteriores”.
Conforme Loureiro, para dezembro, a expectativa da rede associada é de que as compras e vendas tenham uma queda de 15% em relação ao mês de novembro. ‘Essa queda é esperada em função dos feriados de dezembro e férias”, disse.
Quanto ao fechamento do ano, a estimativa é encerrar com a venda de 3,8 milhões de toneladas, superando em 2% o resultado de 2022. Para 2024, a princípio, é esperado avanço de 3%, chegando, então, a 3,9 milhões de toneladas.
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