Uso de insumos locais reduz efeitos da alta do dólar na Gerdau

O perfil da cadeia de insumos utilizados pela Gerdau vem protegendo a companhia dos efeitos da alta do dólar, registrado nas últimas semana, nos custos da companhia. Além disso, operações nos Estados Unidos também contribuem para reduzir os impactos.
Werneck afirmou que o dólar é “um sentimento ambíguo” para a companhia. “Temos a vantagem, em comparação com outras empresas produtoras de aço no Brasil, uma vez que o impacto do dólar na nossa matéria-prima é menor. Usamos muito insumo local, utilizamos muita sucata local”, explicou.
Além disso, a empresa conta com operações nos Estados Unidos, e a geração de receita em dólar acaba por dar lastro ao grupo siderúrgico.
Apesar disso, o CEO da Gerdau lembra que, no geral, a alta do dólar ocasiona uma perda de competitividade ao Brasil, impactando, assim, a companhia. “Procuramos não ficar muito presos a coisas que não controlamos. Temos que continuar buscando competitividade para, mesmo com essas variações cambiais, continuarmos competindo de igual para igual”, afirmou.
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Gerdau investe para ganhar competitividade
Em busca de melhorar a eficiência e ganhar competitividade em suas operações em Minas Gerais, a Gerdau vem focando seus investimentos na usina de Ouro Branco e na mineração.
“Temos muitas plantas espalhadas pelo Brasil e estamos agora consolidando nossa produção naquelas plantas mais competitivas”, afirmou o executivo.
Ele lembrou que, nesse sentido, a companhia optou por hibernar a planta em Barão de Cocais, na região Central, uma vez que a unidade, por diversos fatores, foi perdendo competitividade. “Estamos transferindo a produção para outras usinas, de modo a aumentar a eficiência da Gerdau. Melhorar nossos custos para que possamos competir”, disse.
De acordo com Werneck, em Minas Gerais, o grande foco de competitividade da Gerdau é a usina de Ouro Branco. O complexo industrial vai receber grande parte dos investimentos de R$ 6 bilhões da Gerdau neste ano – o maior aporte já realizado na história do grupo siderúrgico.
Além da expansão de capacidade na produção de bobinas a quente, o executivo destacou o aporte em perfis estruturais laminados, usados desde o estaqueamento no solo até grandes construções metálicas.
Outro investimento que deve garantir ganho de competitividade para a Gerdau é a expansão do seu complexo minerário na região central do Estado. A mina de Miguel Burnier está recebendo aportes de R$ 3,2 bilhões. Com os investimentos, a capacidade da unidade vai alcançar 5,5 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente.
“É uma mineração que vai trazer muita competitividade para a Gerdau. Acho que seremos uma referência no Brasil também em mineração com mínimo impacto ao meio ambiente”, disse.
Medidas do governo trazem competitividade, aponta CEO da Gerdau
Além das medidas internas para ganhar competitividade, a decisão do governo federal de criar cotas de importação para alguns tipos de aço também traz otimismo para o grupo siderúrgico. “Um segundo ponto são essas medidas que o governo federal adotou para reduzir a penetração de produto chinês no Brasil. Com essa redução, o que acontece? Conseguimos produzir mais no Brasil. Com mais produção, diluímos os custos e ficamos mais competitivos”, afirmou.
Desde julho, está em vigor o sistema de cota-tarifa para alguns produtos siderúrgicos. Ao ultrapassar o limite, o importador terá que pagar uma taxa de 25%. A medida visa frear o avanço das importações sobre o mercado brasileiro.
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