Economia

Táxis em Belo Horizonte vão usar pneus reformados e podem impulsionar a demanda na Capital

Análise foi feita pelo Sindpneus, que aponta também que medida vai melhorar custo-benefício da atividade dos taxistas na Capital
Táxis em Belo Horizonte vão usar pneus reformados e podem impulsionar a demanda na Capital
Segundo Sindipneus, um pneu pode ser reformado de duas a três vezes | Foto: Volody10 / Adobe Stock

A permissão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para que o serviço de táxi possa utilizar pneus reformados na capital mineira pode melhorar o custo/benefício da atividade dos taxistas e impulsionar o setor de pneus no Estado, aponta o Sindicato das Empresas de Revenda e de Prestação de Serviços de Reforma de Pneus e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindipneus).

A portaria da PBH, por meio da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Sumob), foi publicada no mês passado. Segundo o Sindipneus, um pneu pode ser reformado de duas a três vezes a um custo inferior à metade do preço de um pneu novo. Além disso, cada pneu reformado significa 57 litros de petróleo que deixam de ser consumidos na fabricação de um novo.

O presidente do Sindipneus, Paulo Bitarães, destaca que a medida pode ajudar a impulsionar as vendas do produto no Estado, que têm registrado queda no ano, em torno de 5%, muito por conta das importações e da falta de fiscalização do indicador de desgaste (TWI, na sigla em inglês), que impacta a demanda de pneus novos. Ao mesmo tempo, deve contribuir para um maior faturamento dos taxistas, já que o custo do pneu é alto para quem costuma rodar muito.

“Eu creio que pode dar uma impulsionada no mercado e vai ajudar muito os taxistas, principalmente no custo/benefício, porque uma reforma de pneu, hoje, sendo certificada pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), tem a quilometragem igual a um pneu novo. Isso pode alavancar, principalmente, os autocentros, as lojas multimarcas de pneus”, declarou.

O TWI sinaliza o momento da troca do pneu e também se aplica aos pneus reformados. A capacidade de carga do pneu continua a mesma após a reforma, já que o indicador pertence à carcaça do pneu, não à banda de rodagem substituída na reforma. Muitos motoristas rodam com pneus em que o indicador sinaliza a necessidade de troca, já que a fiscalização no País falha em impedir que isso aconteça, o que impacta em um menor consumo de pneus novos.

Além disso, Bitarães se queixa do grande volume da importação de pneus, que coloca no mercado nacional vários produtos de baixa qualidade que não podem ser reaproveitados. O uso de pneus reformados segue as normas de segurança do Inmetro. As empresas reformadoras precisam ser certificadas pelo órgão e passam por um controle de qualidade dos pneus.

“O pneu não pode estar cortado, com arame aparecendo, não pode ter bolha na lateral, não pode ter defeito estrutural nenhum para a gente reformar. Como a gente tem hoje um produto (importado) de péssima qualidade de estrutura, esses pneus aparecem muito fácil o arame, cortam muito fácil, e não se pode reformar. O pneu só pode ser reformado se a estrutura estiver intacta”, explica.

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