Economia

Pequenos negócios criam 10,2 mil empregos e respondem por 90% das vagas em Minas

Setor de Serviços obteve o melhor saldo de vagas de trabalho, enquanto agronegócio obtém retração em decorrência de sazonalidade
Pequenos negócios criam 10,2 mil empregos e respondem por 90% das vagas em Minas
Saldo no ano é positivo em 116,7 mil vagas | Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Os pequenos negócios foram responsáveis por 91,2% da vagas criadas no Estado em julho. As informações são de levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O impacto das MPEs nas contratações, segundo a analista do Sebrae Minas, Bárbara Castro, está cerca de 10% acima do patamar registrado em junho e 20% superior ao analisar o acumulado dos primeiros sete meses do ano. “Hoje, as micro e pequenas empresas são responsáveis por quase 50% da força de trabalho formal. São empreendimentos que têm uma força e importância muito grandes na economia e está sendo evidenciada na geração de emprego e renda”, ressalta.

O saldo de admissões e demissões ficou positivo em 10.201 postos de trabalho em julho. Este é o sétimo mês consecutivo de alta.

Entre os destaques, o setor de Serviços (4.793) obteve o melhor saldo de vagas de trabalho, confirmando o período de forte crescimento em Minas Gerais, que se firmou como um dos mais altos da série histórica. Em seguida, Comércio (2.769) e Construção Civil (2.447) também se destacaram, impulsionados por bons resultados na economia mineira.

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Já o setor agropecuário, afetado pela retração no cultivo de café, apresentou saldo negativo (-3.386). Bárbara Castro explica que o efeito já era esperado em decorrência da sazonalidade do agronegócio, como o fim da colheita do café, que resulta em demissões após um período de contratações temporárias.

Os resultados negativos da sazonalidade do café podem ter impactado o desempenho de contratações no Sul de Minas. A região registrou o pior saldo em Minas Gerais (-807), seguido pelo Centro-Oeste e Sudoeste (-121).

Em contrapartida, as regionais Centro (6.115), Noroeste e Alto Paranaíba (1.591) e Zona da Mata e Vertentes (1.327) encerram o mês com resultados positivos impactados especialmente pelas atividades econômicas: cultivo de alho (923), construção de edifícios (699) e serviços combinados de escritório e apoio administrativo (669).

Entre janeiro e julho de 2024, as micro e pequenas empresas mineiras geraram 116.720 novos postos de trabalho, o dobro do número criado pelos médios e grandes negócios

Mercado tende a perder o ritmo, mas expectativas seguem otimistas

Ao analisar os últimos dois anos, a analista pontua que o mercado de trabalho vem registrando bons resultados e isso reflete nas taxas de desemprego. “Com a retomada da economia, o mercado de trabalho passou a demonstrar resultados positivos e superar as expectativas”.

Apesar disso, ela acrescenta que as projeções indicam uma nova fase para o mercado, que agora perde um pouco o ritmo, porém, com expectativa ainda positivas, onde saldo de admissões é maior que o de desligamentos. O reajuste no ritmo, aliado ao efeito da sazonalidade, justificaria a queda de 51,2% no saldo de vagas em comparação a junho.

Com relação ao cenário macroeconômico, Bárbara Castro avalia que a taxa de juros, dólar, inflação e outros agregados são condicionantes que devem ser analisados durante uma avaliação de perspectivas para o mercado. Segundo a analista, o recente aumento na taxa de juros poderá impactar principalmente no consumo das famílias e no otimismo dos empresários para investir nos negócios.

“O Banco Central tem sido muito técnico avaliando todo o cenário econômico, principalmente com relação ao câmbio e taxa de juros. Precisamos acompanhar como isso vai se desdobrar”, argumenta.

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