Vale Base Metals fecha acordo de reaproveitamento de resíduos

A Vale Base Metals, braço da mineradora Vale responsável pela extração de cobre e níquel, fechou um acordo com a empresa especializada na transformação de passivos ambientais em soluções de baixo carbono, BluestOne, para transformar resíduos da Mina de Onça Puma, no estado do Pará, em produtos agrícolas.
O memorando de entendimento (MoU, sigla em inglês) comercial e não vinculante prevê o fornecimento de até 50 mil toneladas por ano de escória de refinaria da mina pelos próximos 10 anos. A BluestOne iniciará a construção de uma fábrica perto de Onça Puma, dentro de dois anos, para processar produtos de escória em uma solução para aprimorar fertilizantes minerais eficientes em carbono e com amplo uso no setor agrícola.
O acordo ainda determina que ambas as empresas trabalhem juntas para explorar oportunidades adicionais de economia circular para o tratamento e reaproveitamento de outros resíduos da mina paraense, bem como de outras operações da Vale Base Metals em todo o mundo. Isto inclui potencialmente reforçar a produção de níquel reciclado da BluestOne, recuperado de resíduos em diversos lugares do planeta.
Além disso, o memorando também prevê a cooperação entre a Vale e a BluestOne para explorar parcerias adicionais de sustentabilidade, incluindo a utilização do fertilizante da escória para a produção de biomassa.
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Esse MoU permite que a Vale Base Metals avance em suas ambições de mineração circular, utilizando a experiência da BluestOne para reaproveitar escória e outros resíduos em produtos úteis e valiosos.
Vale lembrar que a empresa garantiu acordos para fornecer níquel de baixo carbono e alta pureza para grandes montadoras e está estrategicamente focada na expansão da vida útil das minas e no desenvolvimento de projetos de crescimento em todo seu portfólio.
As companhias também estabeleceram o escopo de uma maior cooperação em mineração circular e de valorização de resíduos. O objetivo é reduzir a pegada ambiental legada da mineradora em sua mina de Onça Puma, com oportunidade de expansão em todas as operações.
O CEO da Vale Base Metals, Deshnee Naidoo, considera a transformação de resíduos em valor e a mineração circular como fatores fundamentais na estratégia de sustentabilidade e roteiro tecnológico da companhia.
“Este memorando de entendimento e a escalabilidade da tecnologia da BluestOne apoiam a nossa ambição de capturar valor do que historicamente têm sido fluxos de resíduos, ao mesmo tempo que reduz a nossa pegada ambiental legada como parte de uma abordagem mais ampla à mineração circular”, declara.
Já o co-fundador da BluestOne, Marcelo Carratú, disse que a empresa nasceu com a economia circular em seu DNA e a sustentabilidade é a sua razão de existência. Ele também ressaltou a importância desse acordo para a companhia.
“Esta parceria de longo prazo com a Vale Base Metals nos enche de orgulho, pois representa um marco significativo para avançar globalmente em nossa missão de desenvolver ainda mais novas soluções de mineração verdes e promover iniciativas de preservação da biodiversidade, educação e restauração ambiental”, avalia.
Acordos de sustentabilidade
No final do mês passado, a mineradora Vale assinou um MoU com o Porto do Açu para estudar o desenvolvimento de um Mega Hub para fabricação de hot briquetted iron (HBI) ou ferro-esponja. O projeto poderá descarbonizar a cadeia do minério.
De acordo com a mineradora, a iniciativa é pioneira ao contemplar um estudo técnico coordenado pelo Porto do Açu e acadêmicos do setor, que propõe a utilização de HBI como carga parcial nos altos-fornos.
A ideia é reduzir a emissão de gases de efeito estufa e aumentar a produtividade do processo siderúrgico sem a necessidade de substituição dos ativos produtivos existentes, como os próprios altos-fornos e as aciarias. O projeto do Mega Hub prevê a produção de HBI com uso de gás natural e a possibilidade de convertê-la no futuro para hidrogênio verde.
Também em setembro deste ano, a Vale firmou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) que prevê mais de R$ 41,8 milhões em investimentos destinados à regularização ambiental, com duração de oito anos.
Essa cooperação conjunta visa dar apoio na estruturação de Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) relacionados à área de abrangência do ACT. A primeira etapa do acordo prevê o início de treinamentos visando o engajamento dos proprietários rurais da área contemplada.
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