Vale conclui obras de descaracterização da barragem de Macacos, em Nova Lima

A Vale concluiu as obras de descaracterização da barragem B3/B4, da Mina de Mar Azul, na comunidade de Macacos, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A estrutura chegou a ser classificada com nível máximo de emergência em 2019 e mais de 100 famílias precisaram deixar suas casas preventivamente na época.
Trata-se da primeira barragem da empresa a ser eliminada após atingir esse nível de emergência e, segundo a mineradora, foram investidos mais de R$ 80 milhões no desenvolvimento de tecnologias para garantir o máximo de segurança nas obras de descaracterização da estrutura.
Procurada, a companhia informou que as 27 famílias que ainda seguem em moradias temporárias logo poderão voltar aos seus imóveis de origem, “que serão devidamente vistoriados pela Defesa Civil Municipal”. É que de acordo com a Vale, até fevereiro do ano passado, 67 famílias já haviam retornado para suas casas ou compraram moradias definitivas com os valores pagos em indenização.
Vale lembrar que a evacuação em Macacos aconteceu no dia 16 de fevereiro de 2019, menos de um mês depois do colapso da estrutura de Brumadinho, que deixou 270 pessoas mortas em 25 de janeiro daquele ano.
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Remoção de rejeitos
A empresa ainda informou que quase todo o processo de remoção de rejeitos da estrutura, principal etapa do processo, por exemplo, foi realizado por equipamentos operados remotamente. Para isso, utilizou equipamentos não tripulados controlados por um centro de operações localizado a cerca de 15 quilômetros (Km) da barragem. Conforme o vice-presidente executivo de projetos da Vale, Alexandre Pereira, esse processo contribuiu para a remoção de um volume de rejeitos de 3,3 milhões de metros cúbicos (m³).
“Essa estratégia operacional inovadora foi essencial para eliminar a presença de trabalhadores na barragem até que as condições de segurança adequadas fossem alcançadas”, informou.
Ainda conforme a mineradora, a barragem B3/B4 ainda receberá obras complementares de reconformação do terreno, implantação de sistema de drenagem e revegetação. Porém, com a conclusão da descaracterização, não existem mais riscos associados ao reservatório.
Vale lembrar que a eliminação de estruturas construídas a montante é um compromisso assumido pela empresa logo após o rompimento da barragem B1, em Brumadinho, também na RMBH, além de atender às legislações federal e estadual vigentes sobre segurança de barragens.
O presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, destaca que a companhia já completou 46% do Programa de Descaracterização, com desembolso de US$ 1,7 bilhão. Segundo ele, a expectativa é concluir outros dois projetos ainda neste ano, alcançando cerca de 70% do projeto até o final de 2026.
“Vamos continuar avançando com a execução de nosso Programa de Descaracterização, com segurança e transparência, e de medidas efetivas para a melhoria das condições de segurança até a eliminação de todas as barragens a montante no Brasil”, garante.

Além dos trabalhos de descaracterização da barragem, a Vale também firmou, em dezembro de 2022, um acordo no valor de R$ 500 milhões voltado para ações de reparação no distrito de Nova Lima. O foco do tratado está na transferência de renda, requalificação do comércio e turismo e fortalecimento do serviço público municipal, além de demandas das comunidades atingidas.
O acordo foi firmado em audiência no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) com a participação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, Município de Nova Lima e Ministério Público Federal.
Retirada da contenção em Macacos
Com a conclusão dos trabalhos de descaracterização da barragem em Macacos, a empresa irá iniciar as atividades para retirada da Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) construída no Ribeirão Macacos. O objetivo é reintegrar a área ao seu entorno e diminuir o impacto visual, recompondo, o máximo possível, a topografia original da área.
Conforme a companhia, o projeto escolhido para descaracterizar a ECJ prioriza a solução com menos impacto para a comunidade e o meio ambiente e com maior viabilidade técnica, contemplando o aproveitamento de todo o material e evitando o tráfego de equipamentos pesados nas estradas e rodovias do entorno.
A construção da estrutura começou em 2019, de forma emergencial, e foi concluída no ano seguinte. Ela contribui para a descaracterização da barragem, garantindo que o meio ambiente e as pessoas estivessem seguros em caso de acidente durante as atividades de eliminação da barragem. A retirada da contenção é importante para garantir a reintegração do local ao meio ambiente.
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