Vale da eletrônica se recupera e alcança patamar pré-pandemia

A indústria do Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, alcançou os patamares pré-pandemia e projeta um crescimento acima de 10% para este ano. Depois de ser fortemente impactado pela falta de insumos durante a crise sanitária, o Arranjo Produtivo Local (APL), que já se sente recuperado, em breve anunciará novidades que projetam um ano de 2025 ainda melhor.
Quem detalha o cenário é o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto. De acordo com ele, as indústrias do polo permanecem em constante inovação tecnológica, movimento que permitirá o lançamento de estratégias que proporcionarão o aumento da produtividade e a redução de custos em diversas áreas da economia.
Apoiado no desenvolvimento da indústria 4.0, ele acredita numa exponencial demanda por Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e robótica nas empresas para o ano que vem, o que alimenta a expectativa de um desempenho ainda melhor do setor em 2025.
Atualmente, o Vale conta com 168 indústrias de base tecnológica, que empregam cerca de 17 mil trabalhadores em uma cidade de 42 mil habitantes. Já o faturamento anual estimado chega a R$ 3,2 bilhões.
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“A linha que estamos trabalhando na nossa evolução de inovação tecnológica usa a IA, a IoT e a robótica para proporcionar produtos para uso em residências, nas indústrias, no comércio, nos hospitais, em todo o ecossistema da medicina… em tudo. É uma visão sem limite de crescimento”, afirma.
Mas, assim como outros setores, a área de eletroeletrônicos também enfrenta desafios. O principal deles, Souza e Pinto elenca como um entrave nacional a falta de mão de obra qualificada. “Há tempos Santa Rita do Sapucaí possui inúmeras vagas em aberto. As pessoas precisam estar em condições e preparadas para trabalhar. Mão de obra hoje é um gargalo nacional”, diz.
Outro desafio importante apontado por Souza e Pinto é o constante investimento em inovação em um setor altamente competitivo e globalizado. “Estamos constantemente acompanhando as tendências de mercado da Ásia, Europa, Estados Unidos, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, entre outros. Temos que estar 24 horas acompanhando essas tendências, já que também importamos e competimos nesses mercados”, avalia.
O dirigente explica que hoje, cerca de 38% a 42% da matéria-prima necessária para a fabricação dos componentes eletrônicos são importados. Um índice de dependência que conta com pontos relativamente positivos, uma vez que deixa o setor menos volátil às intempéries do mercado interno. “A gente sofre a influência do dólar diariamente, porém, por darmos conta dos outros 60%, ficamos mais competitivos dentro do Brasil. O comerciante brasileiro, que importa o produto 100% internacional, paga mais caro”, justifica.
As variações do dólar também afetam o capital de giro das empresas, que acabam recorrendo às instituições financeiras.
Comenda Sinhá Moreira homenageará empresas e personalidades
No próximo dia 28 de novembro, o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel) entregará a Comenda Sinhá Moreira, que homenageia empresas e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
Na ocasião, serão reconhecidos uma personalidade ilustre, uma indústria inovadora e a empresa com o maior crescimento do número de funcionários no Vale da Eletrônica. Também está prevista para a data, a divulgação das inovações desenvolvidas no polo e que prometem alavancar ainda mais os resultados em 2025.
Dona Sinhá Moreira foi uma personalidade conhecida em Santa Rita do Sapucaí, por levar para o município um foco educacional até então inexistente: a tecnologia. Até a década de 1950, o município tinha como base econômica somente a agricultura, especialmente o leite e o café.
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