Economia

Vale descarta fusões e aposta em crescimento orgânico com foco em Carajás

Mineradora também deve retomar o posto de maior do mundo em 2025
Vale descarta fusões e aposta em crescimento orgânico com foco em Carajás
Foto: Diário do Comércio/ Mara Bianchetti

Embora aposte nos minerais críticos e reconheça sua importância estratégica para o futuro, a Vale não avalia, pelo menos neste momento, fusões ou aquisições para ampliar sua participação no segmento. Segundo o presidente-executivo da companhia, Gustavo Pimenta, as reservas próprias, especialmente em Carajás (PA), são suficientes para garantir um crescimento orgânico, baseado no desenvolvimento de projetos. Além disso, a mineradora deve retomar o posto de maior do mundo em produção de ferro ainda este ano.

“Acreditamos que o principal diferencial da Vale está no desenvolvimento de nossos próprios recursos minerais. Esse é o nosso foco. Iniciamos, no começo deste ano, o projeto Novo Carajás, com investimento de até R$ 70 bilhões na região, e temos ali um grande potencial de crescimento. Estamos investindo significativamente nesse projeto”, afirmou Pimenta à imprensa, ao ser questionado sobre um possível interesse da Vale na Teck Resources, que está em processo de fusão com a Anglo American, ainda pendente de aprovação.

Mais cedo, durante apresentação na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram 2025), realizada em Salvador (BA), o executivo antecipou que a empresa deve retomar, ainda este ano, o posto de maior mineradora mundial de ferro. É que a Vale, que antes liderava o ranking global, perdeu a posição para a australiana Rio Tinto após o rompimento da barragem de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), em 2019.

“A Vale tem uma importante vantagem competitiva. Nossas operações possuem enorme potencial para desenvolver projetos de baixa intensidade de capital, com minérios de alto teor, além de já oferecer produtos de alto, médio e baixo teor”, afirmou Pimenta.

De acordo com o executivo, a demanda por minério de ferro será impulsionada por fatores como crescimento populacional, transição energética, eletrificação e urbanização, entre outros.
Sobre os impactos do projeto Simandou, na Guiné, ele afirmou que a Vale mantém uma perspectiva positiva no médio e longo prazo.

“Observamos um processo de exaustão e perda de qualidade em várias minas, o que indica que a capacidade adicional de Simandou será, em grande parte, destinada à reposição da oferta de minério de alto teor — e, portanto, tende a ser absorvida pelo mercado. Como teremos uma demanda que chamará minério e aço, acreditamos em um cenário de equilíbrio, sem preocupações quanto à demanda. Por isso, esperamos que os preços se mantenham construtivos”, avaliou Pimenta.

* a editora viajou para Salvador a convite da Nexa.

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