Vale desembolsou R$ 15,9 bi em Minas Gerais no 1º semestre

A Vale desembolsou um total de R$ 15,9 bilhões em Minas Gerais durante o primeiro semestre deste ano, o que inclui investimentos e despesas operacionais. O território mineiro abriga cinco complexos mineradores da empresa: Brucutu e Água Limpa, Itabira, Mariana, Paraopeba e Vargem Grande. As operações da mineradora se estendem por 13 municípios do Estado.
Conforme o Balanço Vale+, publicação que divulga informações sobre o impacto econômico, social e ambiental da empresa, as compras realizadas junto a fornecedores locais, seja para a matriz ou filiais, atingiram a cifra de R$ 12,3 bilhões no período. Esse montante representa uma movimentação na economia tanto estadual quanto das cidades em que a companhia tem atuação.
Entre janeiro e junho, as atividades da multinacional geraram uma receita tributária significativa, totalizando R$ 1,65 bilhão em impostos para os governos do Estado, dos municípios e do Brasil. O valor se refere à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), a Taxa de Fiscalização de Recursos Minerários (TFRM), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o ICMS Importação e o Imposto sobre Serviços (ISS).
Quanto aos investimentos efetuados em Minas Gerais nos primeiros seis meses de 2023, incluindo aqueles de caráter voluntário e obrigatório, a Vale destinou R$ 1,4 bilhão. Essa quantia se dividiu entre R$ 792 milhões em iniciativas ambientais e R$ 637 milhões em projetos sociais.
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Ainda segundo o documento, a mineradora já descaracterizou 40% de suas barragens a montante, método proibido no País, com a criação de uma nova legislação após as tragédias de Mariana e Brumadinho. A companhia disse que 12 de suas 30 estruturas foram desativadas, sendo que o restante será eliminado até 2035. Entre as outras 18, nove estão em obras para serem descaracterizadas e nove estão em fase de estudos, projetos e ações preparatórias.
A empresa também informou no balanço que já cumpriu mais de 60% das obrigações assumidas no Acordo de Reparação Integral pelos danos causados com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, ocorrido em janeiro de 2019 e que vitimou 270 pessoas. O valor total estimado no acordo judicial, assinado em 2021, foi de R$ 37,7 bilhões. Conforme a Vale, 16% dos deveres de fazer foram executados e 82% das responsabilidades de pagar foram concluídas.
Obras de descaracterização iniciadas em Minas Gerais neste ano
No primeiro semestre de 2023, a multinacional iniciou as obras de descontinuidade de cinco barragens a montante. Os trabalhos para a descaracterização da estrutura Dique 2, no Sistema Pontal, na Mina Cauê, em Itabira, começaram em março, com previsão de término ainda para este ano. Já na barragem Campo Grande, na Mina Alegria, em Mariana, as intervenções se iniciaram em abril, com estimativa de conclusão em 2026 e geração de 900 empregos diretos e indiretos.
Também no quarto mês do ano, foi iniciada a segunda etapa da descaracterização da barragem Vargem Grande, em Nova Lima, prevista para terminar em 2027, e a descontinuidade da barragem Grupo, na Mina de Fábrica, em Ouro Preto, que deve ser concluída em 2025. Neste último local, teve início em maio a eliminação da barragem Área IX, com término para 2024.
Projeto Capanema
Outra obra relevante em andamento em Minas Gerais e com previsão de término em junho de 2025, refere-se ao projeto Maximização Capanema, localizado entre Santa Bárbara, Ouro Preto e Itabirito. O objetivo é reconstruir as instalações da Mina de Capanema, paralisada em 2003, visando permitir a lavra e transporte do minério proveniente da estrutura e da Pilha WH.
De acordo com a Vale, o minério extraído em Capanema será beneficiado na usina de Timbopeba, que será adequada para o processamento da umidade natural e o material será transportado pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) até o Porto de Tubarão, no Espírito Santo. Cerca de 3.300 colaboradores diretos trabalham no projeto atualmente, conforme a mineradora.
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