Economia

Vale do Jequitinhonha pode atrair aportes de R$ 30 bilhões até 2030

Exploração de lítio tende a gerar mais de 3,7 mil empregos na região
Vale do Jequitinhonha pode atrair aportes de R$ 30 bilhões até 2030
Além da Sigma, outros projetos de exploração e beneficiamento de lítio podem transformar o Vale do Jequitinhonha | Crédito: Mara Bianchetti

O governo de Minas Gerais estima atrair entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em investimentos para o Vale do Jequitinhonha até 2030, com a exploração e beneficiamento de lítio na região. Quatro projetos já estão confirmados sob inversões próximas a R$ 5 bilhões. As investidoras são: Latin Resources, Atlas Lithium, Sigma e MG LIT (Lithium Ionic), além da Companhia Brasileira de Lítio (CBL), que já opera na região.

O mais recente deles pertence à MG LIT (Lithium Ionic) para extração do chamado ouro branco nos municípios de Araçuaí, Itinga e Salinas. Com aportes de R$ 750 milhões, vai permitir a geração de mais de mil empregos diretos, além dos indiretos. Juntos, todas as iniciativas já projetam mais de 3,7 mil postos de trabalho na região.

A previsão é que a MG LIT comece a operar em 2025. A empresa já deu início aos investimentos e a expectativa é que até o final do ano cerca de R$ 160 milhões já tenham sido aplicados. A etapa de sondagem, por exemplo, começou no ano passado. Já a construção da mina deve ocorrer no próximo ano para operar em 2025. E a capacidade de produção anual deve girar em torno de 250 mil toneladas do concentrado de espodumênio e o teor de lítio-enxofre é de 5.5%.

Mineral se torna realidade no Estado

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Passalio, destaca que esse protocolo de intenção já nasce sendo transformado em realidade. E reforça que é isso que o governo espera do Projeto Vale do Lítio, “diante da corrida por esse mineral de alto valor, portador de futuro”.

“Protocolos têm sido convertidos em investimento e em benefício para a sociedade local, por meio de emprego, renda e desenvolvimento social e econômico de forma já muito imediata. Isso tudo faz parte do propósito de desenvolvimento do projeto Vale do Lítio”, afirma.

Já o presidente da MG LIT, Hélio Diniz, diz que o futuro é bem promissor. “Acreditamos muito no potencial da região, que é enorme. Estamos bastante animados e queremos começar a trabalhar o mais rápido possível”.

A MG LIT é uma empresa de mineração canadense com foco em lítio. Atua na aquisição, exploração e desenvolvimento de propriedades de lítio no Brasil com o objetivo de gerar valor de longo prazo para seus acionistas por meio da descoberta e potencial extração futura de lítio, um mineral que está alimentando a revolução verde.

Vale do Lítio

Sobre os demais investimentos, ressalta-se que o Vale do Lítio é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.

Esses municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio – mineral utilizado em diversas aplicações, sendo a mais comum a fabricação de baterias de longa duração, que equipam veículos elétricos e aparelhos eletroeletrônicos.

“O Vale do Lítio é um projeto para atrair investimentos ligados à cadeia do lítio para a região do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas. Logicamente não apenas a mineração, mas todas as etapas da cadeia possíveis de se trazer para o Brasil. Mas essa é uma cadeia extensa e temos que começar de alguma maneira. A estruturação do projeto é um passo importante do governo para atrair a todos”, explica o diretor da Invest Minas, Ronaldo Barquette.

Segundo ele, há mais de três centenas de direitos minerários para exploração no Norte e Jequitinhonha. Por isso, reforça que os expressivos investimentos vão permitir o pleno desenvolvimento da região, especialmente, por meio dos serviços que vão ser atraídos junto dessa cadeia e a própria infraestrutura.

“Os R$ 30 bilhões não contemplam, por exemplo, os investimentos de Cemig, Gasmig ou Copasa para levar a infraestrutura de linhas de transmissão, água e gás, ou as melhorias no aeroporto para poder receber voos e até nas rodovias. O pacote de recursos é extenso”, conclui.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas