Vale inicia descaracterização de barragem em Mariana

A Vale iniciou as obras de descaracterização da barragem Xingu, da Mina Alegria, localizada em Mariana, na região Central de Minas Gerais. A estrutura é uma das 13 barragens que ainda serão descaracterizadas dentro do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante e atualmente está inativa, mas com rejeitos da mineradora.
Na primeira etapa, as obras contemplam a drenagem superficial, instalação de instrumentos adicionais para monitoramento, intervenções de proteção ambiental para prosseguimento das atividades da descaracterização, dentre outras atividades. Já a segunda etapa, ainda sem prazo estimado para acontecer, será o avanço na retirada do rejeito de minério. As intervenções devem ser finalizadas até 2034, de acordo com a previsão da mineradora.
A estrutura de Xingu é a terceira barragem de rejeitos a montante do Complexo Mariana a ter as obras de descaracterização iniciadas. As outras estruturas são Campo Grande e Doutor. Até o momento, a Vale já concluiu a descaracterização em 17 barragens de rejeitos, o que representa 57% do total previsto do Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante.
A Vale afirma que a barragem de Xingu é monitorada 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de instrumentação instalada no local e pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa. Além disso, recebe regularmente inspeções de equipes internas e externas à mineradora. As obras de descaracterização na barragem Xingu gerarão 180 empregos no Complexo Mariana.
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“Estamos iniciando mais uma obra importante e seguimos com avanços consistentes no nosso programa. É um passo fundamental para a segurança da comunidade e uma oportunidade de impacto social positivo com a geração de empregos na região”, avalia a diretora de Descaracterização da Vale, Adriana Bandeira.
A eliminação dessas estruturas é uma exigência da lei batizada de Mar de Lama Nunca Mais, de 2019, que proibiu barragens a montante no Estado, após o rompimento da barragem B1, da Mina Córrego do Feijão, da Vale, localizada em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Em janeiro daquele ano, o rompimento da barragem de rejeitos da Vale provocou a morte de 272 pessoas, atingiu 26 cidades e contaminou a bacia do rio Paraopeba, no que foi um dos maiores desastres socioambientais da história do Brasil.
Vale ressaltar que a legislação estadual estabelecia o prazo até fevereiro de 2022 para que todas as barragens a montante fossem descaracterizadas. As mineradoras, entre elas a Vale, não cumpriram a determinação, foram multadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o governo estadual, e assinaram um acordo que estendeu o limite até 2035.
A multa aplicada para a Vale foi de R$ 236,7 milhões. Desde 2019, a empresa investiu mais de R$ 10 bilhões no Programa de Descaracterização de Barragens a Montante. A mineradora declarou que todas as suas barragens a montante no País estão inativas e são monitoradas permanentemente.
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