Vale investirá R$ 450 milhões na captação de água para RMBH

Além dos cerca de R$ 500 milhões que a Vale vai destinar ainda este ano para a recuperação das áreas atingidas pelo rompimento da barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ocorrido em janeiro, a mineradora vai aportar outros R$ 450 milhões nas bacias do rio Paraopeba e do rio das Velhas. A medida visa garantir o abastecimento de água na Grande BH.
Para isso, o montante será aplicado em uma série de ações nos sistemas de captação de água para abastecimento da capital mineira: Bacia do Rio Paraopeba e Bacia do Rio das Velhas. Essas medidas fazem parte do Termo de Compromisso homologado esta semana entre Vale e Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), com as participações dos Ministérios Públicos Estadual e Federal.
Desde o rompimento da barragem, a captação no rio Paraopeba teve que ser suspensa, impactando em cerca de 30% os recursos hídricos direcionados aos domicílios da Capital.
O Sistema Paraopeba, que retira água a fio do rio e também da Barragem de Rio Manso, foi construído em 2015 para suprir a escassez hídrica do período, por falta de chuva. Desde aquele ano, o sistema já captou mais de 217 milhões de metros cúbicos de água.
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Atualmente, a RMBH e a Capital são abastecidas por duas bacias: a do Paraopeba (51%) e a do rio das Velhas (49%). Para Belo Horizonte, a porcentagem é de 30% do Sistema Paraopeba e 70% do Sistema Velhas.
No início do mês passado, a Copasa inclusive chegou a admitir a possibilidade de racionamento de água e rodízio no abastecimento da RMBH a partir do ano que vem. Em audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Barragens da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), diretores da empresa falaram da necessidade de retomada da captação de água no rio Paraopeba a fim de evitar maiores consequências.
De acordo com o comunicado pela Vale, os investimentos a serem realizados visam restabelecer o sistema de abastecimento – uma vez que será entregue a mesma vazão de água -, que ficou temporariamente comprometido.
Pelo acordo, a Vale se compromete a construir um novo sistema de captação no rio Paraopeba, realizar ações preventivas na captação no rio das Velhas e a contratar uma auditoria externa que irá analisar os projetos e acompanhar o volume de água armazenado nos reservatórios da RMBH.
Projeto – Conforme já publicado, o novo ponto de captação será construído a aproximadamente 12 quilômetros da atual estrutura da Copasa no rio Paraopeba em Brumadinho. Pelo projeto, o novo sistema terá a mesma vazão, de 5 mil litros por segundo, e seguirá as mesmas premissas de engenharia.
As obras terão início em outubro e devem gerar mais de 300 empregos diretos no pico dos trabalhos. O prazo limite para conclusão, de acordo com o termo de compromisso, é setembro de 2020.
Por fim, embora não tenha sido impactado, o rio das Velhas receberá investimento preventivo. Segundo a Vale, uma das ações será a construção de uma barreira de contenção que circundará a captação de Bela Fama, em Nova Lima. Esse encapsulamento será capaz de, em caso de eventualidade, proteger a estação preservando a estrutura e seus equipamentos. A barreira terá cerca de 3 metros de altura e 300 metros de extensão e já está em fase de construção, com previsão de conclusão em outubro.
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