Economia

Vale quer 10% da produção com minério de ferro recirculado até 2030

Projeto de mineração circular já inclui 20 milhões de toneladas de minério de ferro ainda em 2025
Vale quer 10% da produção com minério de ferro recirculado até 2030
Mina da Vale em Parauapebas | Foto: Reuters / Lunae Parracho

A meta da Vale é que até 2030, 10% de toda sua produção seja via minério recirculado. Já neste exercício, cerca de 20 milhões de toneladas serão contemplados pelo projeto de mineração circular da companhia. A informação foi dada pelo vice-presidente Executivo de Serviços Técnicos da mineradora, Rafael Bittar, durante a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram) 2025, que acontece em Salvador, na Bahia.

Segundo ele, o projeto contempla uma série de iniciativas que vão desde a redução do volume de rejeitos até a geração de coprodutos. “A unidade Gelado, em Carajás (PA), tem reaproveitado rejeitos de minério de ferro acumulados desde 1985, utilizando dragas 100% elétricas para uma extração mais sustentável, colaborando diretamente para a redução das emissões de CO2. A ideia é replicar esse modelo em outras operações. Estamos desenhando como isso será feito, em alguns casos com parcerias com outras empresas responsáveis pela execução do serviço”, explicou.

Na prática, o projeto consiste em reminerar rejeitos já explorados anteriormente. Grande parte do material apresenta teores até superiores aos de algumas minas, variando de 40% a 60% de teor de ferro — em certos casos, acima dos insumos australianos. Para torná-los viáveis, são desenvolvidos projetos de engenharia que contemplam, inclusive, a recuperação das áreas onde estão dispostos, além do blend dos materiais ou da criação de coprodutos.

“Em algumas estruturas que estamos descaracterizando, temos reaproveitado os rejeitos. Criamos produtos a partir desses materiais ou, em alguns casos, fazemos blends com outros e geramos coprodutos dentro do nosso portfólio. O mercado é o mesmo, a depender do produto final, com o mesmo fluxo de comércio e de venda”, detalhou.

O modelo deverá ser replicado também na VBM — braço de metais da companhia, que possui rejeitos com características distintas. “Temos estudado, por exemplo, o aproveitamento do ferro presente nos rejeitos do cobre. É um ferro muito bom, magnetítico, que pode ser reaproveitado também para a pelotização. A ideia é utilizá-lo como remineralizador, outra frente inserida no nosso programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação, com foco em contribuir para o agronegócio, por meio da produção de fertilizantes a partir de rejeitos. É uma linha de pesquisa em que temos avançado”, revelou Bittar.

*A editora viajou para Salvador a Convite da Nexa

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