Economia

Valor do presente deve ser menor neste ano em Minas

Filhos gastarão 12,3% a menos no Dia dos Pais deste ano; 52% dos consumidores mineiros ainda não sabem o que presentear
Valor do presente deve ser menor neste ano em Minas
Dia dos Pais: Shoppings de BH têm sorteios de moto, carros e viagens | Crédito: Alessandro Carvalho

Os filhos estão com a intenção de gastar menos no Dia dos Pais deste ano se comparado com o ano passado, de acordo com uma pesquisa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG).

Realizada entre os dias 24 de julho e 2 de agosto, o estudo revelou, porém, que apesar disso, 52% dos entrevistados ainda não sabiam o que vão comprar para o pai.

O ticket médio que deverá ser gasto no presente este ano é de R$ 206,45; 12,3% menor que o ano passado, quando os filhos mostraram a intenção de gastar R$ 237,45. Para Vinícius Carlos Silva, economista da Federação, a redução é causada pelo cenário de cautela somada a um otimismo. “Não estamos vendo um pessimismo entre os consumidores, mas uma cautela. Em função do cenário que estávamos vivendo de juros altos e alta inadimplência, eles estão mais cautelosos, buscando maneiras de buscar novas marcas e produtos diferenciados que caibam dentro do orçamento”, diz.

Ele comprova a análise com o dado do levantamento que mostra que dentre aqueles que irão presentear seus pais, 60,9% disseram que foi necessário se planejar mais financeiramente antes de efetuar as compras. Os dados também mostram que para 65,2% dos entrevistados, os preços dos produtos aumentaram. Outros 26,1% disseram que os valores se mantêm iguais; e na opinião de 8,7% os preços diminuíram.

Presentes

A indecisão da maioria dos consumidores quanto ao que presentear é, na opinião do economista da FCDL-MG, uma grande oportunidade para os lojistas. “Eles podem oferecer produtos diferentes dos tradicionalmente mais vendidos, preços e condições mais competitivas”, recomenda.

De acordo com a pesquisa, os itens principais de preferência dos consumidores mineiros não saíram do costume. Os principais itens citados para presentear os pais foram: vestuário (27,6%); almoço especial com itens de supermercados (20,7%); cosméticos e perfumaria (17,2%) e livros (6,9%). “O vestuário está sempre na lista e é o preferido, mas os consumidores também estão pensando em experiências em torno do vínculo familiar como os almoços especiais e dando espaço para novas marcas e produtos. É nessa que os lojistas podem se beneficiar já que mais da metade ainda não se decidiu”, avalia.

As condições de pagamento são outros atrativos que os empresários podem aproveitar na visão do economista. De acordo com o estudo, a maioria (66,7%) pretende usar o cartão de crédito como forma de pagamento. “Apesar do cartão adiar até 30 dias o gasto, sendo até uma forma do consumidor se organizar, acredito que esta opção está mais interligada com pacotes de benefícios, de fidelidade, de troca por serviços ou milhas. Por isso defendo que o lojista possa oferecer promoções em cima disso”, diz Vinícius.

O uso do cartão, entretanto, exige prudência do consumidor, avalia o especialista. “Não adianta ele aproveitar os programas governamentais para sair da inadimplência e perder o controle novamente”, avalia.

Além dos que pretendem pagar com cartões de crédito, 14,3% devem efetuar as compras em dinheiro, 9,6% vão pagar pelo Pix e 9,5% por meio do cartão de débito.

Cenário econômico

A pesquisa também apontou que, em geral, apesar da cautela, os mineiros estão otimistas com o cenário econômico. Para 95% dos entrevistados, a redução da taxa de juros tem o intuito de impulsionar o ritmo da economia.

Já com relação à situação financeira, 39,1% dos entrevistados informaram que está melhor do que a do ano passado. Outros 34,8% disseram que a situação está igual; e para 26,1%, a situação piorou.

O economista explica que a pesquisa foi realizada antes da queda real da taxa, mas diversos outros indicadores têm apresentado melhora em 2023, e mesmo que com certa cautela, tem elevado o otimismo dos consumidores com relação à economia e a um crescimento sustentável a longo prazo. “Como a gente só sente os efeitos da redução das taxas que já reduziram cerca de seis meses depois, a expectativa é melhor para o Natal”, avalia Vinícius.

Para o Dia dos Pais, ele acredita que os empresários estão devidamente preparados para a demanda atual em termos de estoques. “A insegurança segurou um pouco o empresário, mas poderia ser melhor. No final do ano colheremos melhores resultados”, avalia.

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