Economia

Valor dos imóveis tem alta na Capital

Seguindo a tendência de alta, o preço médio dos imóveis à venda na Capital subiu 0,7%
Valor dos imóveis tem alta na Capital
Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

Comprar ou alugar imóveis na Capital ficou mais caro. Conforme dados do relatório mensal de preços de julho do Imovelweb – um dos maiores portais imobiliários do Brasil —, para alugar um apartamento de dois quartos e 65 m² em Belo Horizonte, você deverá desembolsar, em média, R$ 1.772, alta de 1,4% em relação ao mês de junho. O preço médio dos imóveis à venda também avançou e chegou a R$ 5.708 m², alta de 0,7%. 

No acumulado de 2022, os valores de imóveis à venda aumentaram 3,8% enquanto a inflação acumula alta de 5,8%. Nos últimos 12 meses, a queda real nos preços dos apartamentos ficou em 4,3%. Já os preços dos imóveis para aluguel acumularam alta de 11,4% acima do IGP-M e inflação, sendo que nos últimos 12 meses, o valor aumentou 6,8% em termos reais.

O levantamento, feito com base em todos os imóveis listados no portal, aponta ainda que o bairro Belvedere, região Centro-Sul da Capital, tem o maior valor médio mensal de aluguel  (R$ 3.001), enquanto o Grajaú, é o mais barato (R$ 946). O bairro Santo Agostinho, também situado na região Centro-Sul, detém os imóveis mais valorizados no que se refere à venda (R$ 11.936 m²), já o Flávio de Oliveira, região do Barreiro, é o mais barato (R$ 2.460 m²).

Segundo o diretor financeiro do Imovelweb, Tiago Galdino, a explicação para os indicadores dos imóveis para aluguel estarem valorizados está na lei da oferta e demanda, ou seja, quanto maior a busca, maior o preço. Ele afirma também que os indicadores de venda e aluguel conversam entre si, assim, quanto mais pessoas procurando alugar, menos pessoas estão buscando comprar imóveis.

“Então os indicadores do mercado imobiliário de BH estão bastante estáveis, eu diria, no sentido do conceito de relação entre eles, porque ambos mostram uma tendência de alta”, afirmou. 

Para Galdino, a tendência de optar por alugar imóveis ao invés de comprar é um movimento que está ocorrendo na maioria das capitais do Brasil e está relacionado com a alta na taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 13,75% ao ano. “Com a taxa Selic alta, nós temos a taxa média de financiamento imobiliário também alta e isso faz com que a procura por venda diminua, porque menos pessoas têm acesso ao crédito que gostariam, porque se a taxa está mais cara, a parcela está mais cara e não cabe no orçamento das pessoas”.

Transição 

O diretor financeiro do portal imobiliário diz que apesar da insegurança do mineiro, os preços em Belo Horizonte estão subindo abaixo da inflação e pode ser uma oportunidade para quem deseja comprar um apartamento. Ele ressalta que, em 2023, o setor sofrerá uma transição prevista pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, o que na prática deve “significar um metro quadrado mais caro no futuro”. Dessa forma, deverá haver uma redução no estoque, aumentando o preço dos imóveis. 

“O que eu recomendo nesse caso, até por ser um portal, é que o usuário pesquise, pesquise e pesquise, porque a gente tem uma janela de oportunidade em Belo Horizonte e depois, se a gente tiver essa mudança com metro quadrado mais caro e ainda taxa Selic descendo em uma maior demanda, há uma possibilidade dos preços em Belo Horizonte subirem para venda um pouco acima da média do mercado brasileiro para as principais capitais”, completou Galdino.

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