Valor Geral de Vendas de imóveis recua 10% em Minas

O Valor Geral de Vendas (VGV) de imóveis em Minas Gerais sofreu uma retração de 10% no primeiro semestre deste ano. Os dados são do relatório Senior Index e mostram que, por outro lado, o valor médio do metro quadrado no Estado apresentou incremento de 2,3% na mesma base de comparação.
De acordo com o levantamento, a valorização por metro quadrado no Estado teve como destaques cidades como Uberlândia (R$ 5.232) e Uberaba (R$ 4.952), no Triângulo Mineiro; Ipatinga (R$ 7.533), no Vale do Aço; Juiz de Fora (R$ 5.084), na Zona da Mata e Governador Valadares (R$ 8.399), no Vale do Rio Doce.
Já em âmbito nacional, a pesquisa mostra resultados positivo. No primeiro semestre de 2024, as vendas de imóveis cresceram 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados Senior Index, relatório que monitora indicadores de mercado, consideram as operações gerenciadas através de soluções próprias e engloba mais de 45 das 100 maiores construtoras do País.
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Custos
Enquanto alguns insumos da construção civil tiveram queda de preços no primeiro semestre, como o aço e cimento, que caíram 5%, o valor do bloco de concreto aumentou 10% no período. “Este cenário vimos diretamente relacionado na época de pandemia, onde tivemos um estouro de valor, com altas nos insumos e, consequentemente, aumento do valor dos imóveis”, afirmou o head of product da Senior Sistemas, Rafael Bahr.
Distratos
Com relação aos distratos, na comparação do primeiro semestre de 2024 frente ao mesmo período de 2023, Minas Gerais apresentou aumento da ordem de 6,7%, ainda assim o índice foi inferior à média nacional, da ordem de 11,5%. “Minas Gerais está abaixo da média nacional e quase metade dos distratos que ocorreram nesse primeiro semestre foi originado de vendas realizadas em 2020 e 2021, período em que nós estávamos com uma taxa de juros bem baixa”, observou.
Na construção, o ciclo é longo e leva de três a quatro anos para ser concluída uma obra e, em muitos dos casos, a venda ocorre ainda no lançamento. “Em 2020 e 2021 estava sendo lançado o imóvel e o cliente tinha o crédito pré-aprovado. Aí, quando chega o momento da entrega das chaves, ocorre o financiamento com o banco e, nesse momento, como estamos com uma taxa de juros mais alta em relação a 2020 e 2021, ocorre muitas vezes de o cliente não ter mais o crédito aprovado com o banco ou o crédito ficou em condições que o cliente não consegue absorver. Então esse é um dos prováveis impactos em relação ao aumento de distratos neste ano”.
Em relação à empregabilidade, olhando especificamente Minas Gerais, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2024, houve um aumento de 6,36% na empregabilidade do setor de construção. “O destaque foi para o subsegmento de infraestrutura, onde tivemos um aumento de 8,7%. Essa geração de emprego está concentrada em funções como mestre de obras, pedreiros, eletricistas, carpinteiros e engenheiros”, enumerou.
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