Economia

Valor dos imóveis em Belo Horizonte fica estagnado em 2023

Preço médio do metro quadrado fechou o ano com leve queda de 0,75%, a R$ 4.750
Valor dos imóveis em Belo Horizonte fica estagnado em 2023
Crédito: Charles Silva Duarte

Depois de um ano com altas taxas de juros, que impediu crescimento das vendas de imóveis, mas com diminuição do desemprego e aumento da renda das famílias, que favoreceu o setor, o mercado imobiliário viveu um ano de estagnação em 2023. O preço médio do metro quadrado do imóvel residencial à venda em Belo Horizonte fechou o ano com leve queda de 0,75% na comparação com o ano anterior, o que representa estabilidade, e atingiu o valor médio de R$ 4.750. Os dados são do Relatório de Compra e Venda da plataforma QuintoAndar, divulgados esta semana.

Por outro lado, o estudo mostra que, de um trimestre para o outro no final do ano passado, o preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais negociados subiu 2,42% em Belo Horizonte. O valor médio é apurado por meio de todos os anúncios publicados na plataforma, cujos contratos foram fechados no período analisado.

O especialista de dados do Grupo QuintoAndar, Pedro Capetti, explica que, com a taxa básica de juros em um patamar elevado, a expectativa das reduções pelo Banco Central (BC) fez com que quem planejava comprar um imóvel esperasse o começo da queda dos juros. O financiamento de imóveis é afetado diretamente pela taxa de juros estipulada pelo BC. “Esse momento do ano de 2023, de ficar esperando o custo da operação reduzir, pode ter feito que Belo Horizonte registrasse essa queda bem pequena no ano contra o ano”, disse.

Agora, com vários cortes da taxa feitos pelo Banco Central, Capetti espera que os efeitos sejam sentidos no mercado imobiliário de Belo Horizonte neste ano. O especialista do QuintoAndar apenas observa que, apesar do BC ter iniciado o ciclo de cortes dos juros há algum tempo, os bancos ainda não refletiram as reduções nos financiamentos de imóveis. “A expectativa é que os bancos efetivamente entrem nesse ciclo, assim como foram nos outros ciclos passados e o custo do financiamento caia. Então pra 2024 a gente espera efetivamente um volume de venda ainda maior. O que a gente percebe, aqui internamente, nas nossas métricas, isso começa a se mostrar a verdade”, afirma.

O especialista comenta que, além da continuidade da redução da taxa de juros neste ano, outro fator que pode aumentar as vendas de imóveis é a extensão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para famílias com renda de até R$ 12 mil. O efeito pode ser positivo em todo o mercado imobiliário, tanto para venda quanto para aluguel. “Com mais pessoas sendo beneficiadas pelo programa, com o custo de financiamento menor, a expectativa é que o mercado responda positivamente e que o número de vendas continue crescendo”, finaliza Capetti.

Bairros mais caros, mais procurados e mais valorizados em Belo Horizonte

O estudo analisa também o preço negociado, a procura pelos bairros e a valorização. De acordo com o estudo, a Lourdes é o bairro com o maior preço médio de metro quadrado negociado no período. A média do metro quadrado na localidade fechou o ano negociado a R$ 9.300. Em segundo lugar está a Savassi, a R$ 9.054 e em terceiro o Santo Agostinho, a R$ 8.370. Sion e Anchieta finalizam o Top 5 dos bairros mais caros, com média do metro quadrado sendo negociado a R$ 8.256 e R$ 6.714, respectivamente.

No ranking da procura, o Centro terminou o ano passado no topo da lista de bairros mais procurados, seguido por dois bairros distantes da região central: Buritis e Castelo. Em seguida, Sagrada Família e Lourdes fecham o grupo dos cinco bairros mais procurados ao fim de 2023 em Belo Horizonte. Outros se mantiveram como bem procurados e ocupam a lista dos dez principais são, nessa ordem: Prado, Ouro Preto, Cidade Nova, Savassi e Santa Amélia.

Quanto aos bairros que mais valorizaram no período analisado estão o Sion (18,4%), Castelo (15,1%), Cidade Nova (12,6%), Anchieta (7,6%) e Buritis (7,5%). Os bairros Santo Antônio, Gutierrez, Savassi e Sagrada Família registraram as maiores desvalorizações no preço médio do metro quadrado negociado, com quedas de 37,8%, 6,5%, 3,4% e 2,8%, respectivamente.

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