Valor dos imóveis em Belo Horizonte fica estagnado em 2023

Depois de um ano com altas taxas de juros, que impediu crescimento das vendas de imóveis, mas com diminuição do desemprego e aumento da renda das famílias, que favoreceu o setor, o mercado imobiliário viveu um ano de estagnação em 2023. O preço médio do metro quadrado do imóvel residencial à venda em Belo Horizonte fechou o ano com leve queda de 0,75% na comparação com o ano anterior, o que representa estabilidade, e atingiu o valor médio de R$ 4.750. Os dados são do Relatório de Compra e Venda da plataforma QuintoAndar, divulgados esta semana.
Por outro lado, o estudo mostra que, de um trimestre para o outro no final do ano passado, o preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais negociados subiu 2,42% em Belo Horizonte. O valor médio é apurado por meio de todos os anúncios publicados na plataforma, cujos contratos foram fechados no período analisado.
O especialista de dados do Grupo QuintoAndar, Pedro Capetti, explica que, com a taxa básica de juros em um patamar elevado, a expectativa das reduções pelo Banco Central (BC) fez com que quem planejava comprar um imóvel esperasse o começo da queda dos juros. O financiamento de imóveis é afetado diretamente pela taxa de juros estipulada pelo BC. “Esse momento do ano de 2023, de ficar esperando o custo da operação reduzir, pode ter feito que Belo Horizonte registrasse essa queda bem pequena no ano contra o ano”, disse.
Agora, com vários cortes da taxa feitos pelo Banco Central, Capetti espera que os efeitos sejam sentidos no mercado imobiliário de Belo Horizonte neste ano. O especialista do QuintoAndar apenas observa que, apesar do BC ter iniciado o ciclo de cortes dos juros há algum tempo, os bancos ainda não refletiram as reduções nos financiamentos de imóveis. “A expectativa é que os bancos efetivamente entrem nesse ciclo, assim como foram nos outros ciclos passados e o custo do financiamento caia. Então pra 2024 a gente espera efetivamente um volume de venda ainda maior. O que a gente percebe, aqui internamente, nas nossas métricas, isso começa a se mostrar a verdade”, afirma.
O especialista comenta que, além da continuidade da redução da taxa de juros neste ano, outro fator que pode aumentar as vendas de imóveis é a extensão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) para famílias com renda de até R$ 12 mil. O efeito pode ser positivo em todo o mercado imobiliário, tanto para venda quanto para aluguel. “Com mais pessoas sendo beneficiadas pelo programa, com o custo de financiamento menor, a expectativa é que o mercado responda positivamente e que o número de vendas continue crescendo”, finaliza Capetti.
Bairros mais caros, mais procurados e mais valorizados em Belo Horizonte
O estudo analisa também o preço negociado, a procura pelos bairros e a valorização. De acordo com o estudo, a Lourdes é o bairro com o maior preço médio de metro quadrado negociado no período. A média do metro quadrado na localidade fechou o ano negociado a R$ 9.300. Em segundo lugar está a Savassi, a R$ 9.054 e em terceiro o Santo Agostinho, a R$ 8.370. Sion e Anchieta finalizam o Top 5 dos bairros mais caros, com média do metro quadrado sendo negociado a R$ 8.256 e R$ 6.714, respectivamente.
No ranking da procura, o Centro terminou o ano passado no topo da lista de bairros mais procurados, seguido por dois bairros distantes da região central: Buritis e Castelo. Em seguida, Sagrada Família e Lourdes fecham o grupo dos cinco bairros mais procurados ao fim de 2023 em Belo Horizonte. Outros se mantiveram como bem procurados e ocupam a lista dos dez principais são, nessa ordem: Prado, Ouro Preto, Cidade Nova, Savassi e Santa Amélia.
Quanto aos bairros que mais valorizaram no período analisado estão o Sion (18,4%), Castelo (15,1%), Cidade Nova (12,6%), Anchieta (7,6%) e Buritis (7,5%). Os bairros Santo Antônio, Gutierrez, Savassi e Sagrada Família registraram as maiores desvalorizações no preço médio do metro quadrado negociado, com quedas de 37,8%, 6,5%, 3,4% e 2,8%, respectivamente.
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