Valor do metro quadrado residencial em Belo Horizonte sobe 0,51%

O preço médio do metro quadrado do imóvel residencial à venda em Belo Horizonte subiu 0,51% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o trimestre anterior e atingiu o valor médio de R$ 4.860. Os dados são do Relatório de Compra e Venda da plataforma QuintoAndar, divulgados esta semana.
O estudo mostra que quando comparado com o terceiro trimestre do ano passado, o preço médio do metro quadrado de imóvel residencial negociado caiu 1,17% em Belo Horizonte. O valor médio é apurado por meio de todos os anúncios publicados na plataforma, cujos contratos foram fechados no período analisado.
O analista de dados do QuintoAndar, Thiago Reis, explica que o mercado belo-horizontino ainda não está no mesmo cenário das outras capitais do Sudeste avaliadas pelo relatório. “Quando a gente vê os mercados de São Paulo e Rio, em ambos houve uma queda, uma acomodação nos preços. Belo Horizonte foi um pouco na contramão, digamos assim, nessa questão de acomodação dos preços. A gente ainda tem uma ligeira alta”, disse.
Ele explica que, no trimestre anterior, foi percebido um aumento no ticket médio dos apartamentos, além de uma maior participação de mercado de unidades de médio e alto padrão. Agora, o estoque dessas novas unidades vai impactar no preço médio. “Vimos muitos lançamentos de apartamentos e agora temos visto uma diminuição desses estoques. A gente espera que talvez haja de fato uma acomodação nesse preço também em Belo Horizonte, como em São Paulo e Rio”, afirma.
Thiago Reis está otimista com mercado imobiliário para os próximos meses. A perspectiva é influenciada principalmente pelo ciclo de cortes da taxa de juros pelo Banco Central (Bacen). “O cenário que se desenha nos próximos meses é de certa forma positiva, porque estamos com uma taxa de juros bastante elevada, mas esse ciclo de queda de juros deve melhorar gradualmente as condições de financiamento das pessoas”, comenta.
Mesmo assim, o analista da QuintoAndar ainda espera que as mudanças demorem certo tempo para surtir efeito. “Esperamos que de fato essas condições de financiamento melhorem, e a gente sabe que não é um movimento imediato. Não tem uma queda da taxa de juros e imediatamente isso reflete no financiamento, na procura dessas pessoas. Mas a médio, longo prazo, as condições para financiamento, para adquirir imóvel devem melhorar”, aponta.
Descontos nas negociações de imóvel residencial em Belo Horizonte
Outro item avaliado pelo estudo é o desconto aplicado nas negociações, ou seja, a diferença entre o preço anunciado e o efetivo valor pago no contrato. Em Belo Horizonte, o desconto médio aplicado no terceiro trimestre deste ano foi de 4,2%. Queda de 0,2 ponto percentual com relação ao mesmo período do ano passado, quando o índice era de 4,4%. Com relação ao segundo trimestre do ano, o registro foi de queda de 0,4 ponto, quando o desconto aplicado médio estava em torno de 4,6%. É o menor percentual desde o segundo trimestre de 2022.
Bairros mais caros, mais procurados e mais valorizados
O estudo analisa também o preço negociado, a procura pelos bairros e a valorização. De acordo com o estudo, a Lourdes é o bairro com o maior preço médio de metro quadrado negociado no período. No terceiro trimestre deste ano, a média do metro quadrado na localidade foi negociado a R$ 8.857. Em segundo lugar está o Santo Agostinho, a R$ 8.667 e em terceiro o Serra, a R$ 6.221. Sion e São Pedro, finalizam o Top 5 dos bairros mais caros, com média do metro quadrado sendo negociado a R$ 5.996 e R$ 5.828, respectivamente.
No ranking da procura, o Centro ocupa o topo da lista de bairros mais procurados. Duas novas localidades entraram na top10: Santa Amélia, na Pampulha, ocupando o nono lugar e Gutierrez, no Centro Sul, em décimo. Outros se mantiveram como bem procurados e ocupam a lista dos dez principais são: Buritis, Castelo, Sagrada Família, Lourdes, Cidade Nova, Prado e Ouro Preto.
Quanto aos bairros que mais valorizaram no período analisado está o Castelo (19%), Sagrada Família (12,6%), Cidade Nova (7%), Lourdes (6%), Buritis (5,1%), Sion (3,6%) e Gutierrez (3,2%). Os bairros Anchieta, Serra e Santo Antônio registraram as maiores desvalorizações no preço médio do metro quadrado negociado, com quedas de 24,3%, 14% e 9,9%, respectivamente.
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